O SENADO FEDERAL RECEBEU, EM AUDIÊNCIA PÚBLICA, OS ARTISTAS DA VÓZ E OS COMPOSITORES DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA. O MOTIVO DESSA AUDIÊNCIA ERA HOMENAGEAR A CLASSE E DEBATEREM, JUNTOS, A SITUAÇÃO FINANCEIRA ATUAL DE TODOS ESSES CONVIDADOS.

No dia 14/12/2009 assisti, pela Televisão, a gravação de uma Seção do Senado que recebia, em Audiência Pública, os compositores, cantores, amigos e defensores das reivindicações propostas pelo grupo, para debaterem juntos com os Senhores

Senadores, a situação financeira dos compositores da música popular brasileira.

Entre os compositores anotei os nomes de alguns e são eles:

Noca da Portela, Wilson Moreira, Adelaide Chiozzo, Agenor de Oliveira, Ademilde Fonseca, Paulo Debetio, Osvaldinho da Cuíca, Delcio Carvalho e Nelson Sargento.

Atento e emocionado, vi e ouvi os compositores dando seus depoimentos de maneira descontraída, mas incisivos nas suas reclamações e reivindicações.

A Senadora Marisa Serrano conduzia os trabalhos e dava a palavra a todos os inscritos para falar sobre o assunto.

Nessa seqüência usaram da palavra quase todos os compositores, cada qual reivindicando maiores atenções dos congressistas, para incluir na legislação vigente, a regulamentação da profissão de compositores da música popular brasileira.

Foi muito dramático e emocionante ouvir o compositor Nelson Sargento, quando disse que os seus direitos autorais de mais de quinhentas músicas compostas por ele e transformadas em sucesso pela população brasileira, se resumirem a R$319,00 de direitos autorais que recebe por ano.

Realmente isto é uma afronta para a nossa Cultura Brasileira!

Aqueles que tanto trabalharam e fizeram pela Cultura Brasileira, produzindo músicas e canções maravilhosas para o povo cantar, serem assim tratados de maneira tão vergonhosa e aviltante. Ainda mais quando sabemos que tantos que fizeram tão pouco ou quase nada e, mesmo assim, por obrigação da função que ocupavam, recebem hoje polpudas aposentadorias pelos serviços prestados à Nação!

Entre os Senadores que falaram, o Senador Cristovam Buarque foi humilde, mas profundo e verdadeiro nas suas considerações sobre a situação financeira dos compositores da música popular brasileira e até citou uma das palavras de ordem de Napoleão Bonaparte: “Ponham uma Banda na frente que o povo seguirá atrás: seja para ir à guerra ou para manter a paz”.

Outros Senadores também falaram, entre os quais os Senadores Ideli Salvatti e Flavio Arns que sugeriram a audiência e afirmaram: “Falar da poesia é falar da vida e a vida dos compositores populares – trabalhadores e octogenários, tem sido difícil e, em muitos casos, até injusta. O que fazer ao fim de uma vida dedicada às nossas raízes, a decifrar os enigmas da alma da nossa gente, a colher as vozes que só se ouve nas ruas e nas canções? Uma vida toda dedicada à Cultura Brasileira. O que fazer se, depois de tudo, sobra o reconhecimento mas falta o pão, a saúde, o prazer de embalar a vida com um mínimo de conforto, perguntam os autores do requerimento?

O admirável dessa reunião é que os compositores, na sua maioria, fez suas reivindicações de maneira descontraída, mas incisiva e até cantaram pedacinhos das suas músicas de sucesso, no que foram aplaudidos por todos os congressistas.

A reunião terminou com a promessa, de muitos Senadores, de que o assunto seria estudado com muito carinho e presteza, e uma solução justa seria encontrada e transformada em Lei por todo o Congresso Nacional.

Oxalá os Senhores Senadores pensem e reflitam muito sobre a difícil situação financeira por que passam os já octogenários compositores que, depois de uma vida toda consagrada à composição da música popular brasileira, chegaram à terceira idade sem o reconhecimento da sua profissão e sem os benefícios financeiros que ela oferece quando se aposentam.

Narciso de Oliveira
Enviado por Narciso de Oliveira em 15/12/2009
Reeditado em 17/08/2010
Código do texto: T1979106