CHUVAS TORRENCIAIS ALAGAM PLANÍCIES E DESMORONAM ENCOSTAS, DESTRUINDO CASAS E CEIFANDO PRECIOSAS VIDAS HUMANAS, SEM A MÍNIMA COMISERAÇÃO

Neste final do ano findo e início do ano seguinte estamos sendo bombardeados pelo noticiário das TVs que nos informam sobre estas catástrofes meteorológicas que a todos nós enche de terror e comoção, levando-nos a profundas reflexões sobre as causas de tantas tragédias.

É verdade que nunca podemos prever com exatidão a ocorrência dos fenômenos meteorológicos que nos atingirão e evitarmos suas danosas conseqüências. Se não podemos prever suas ocorrências e evitar as suas conseqüências, podemos, sim, nos prepararmos convenientemente para que esses fenômenos não causem tanta destruição.

Todos sabemos e nem precisamos ser cientistas para reconhecer que as planícies e os lugares baixos – onde quase sempre existe um rio, é um espaço destinado a receber as águas provenientes das enchentes nas épocas das chuvas torrenciais.

Se esses terrenos planos e baixos não estão sendo ocupados por casas e pelos seres humanos, mas por jardins ou bosques construídos pela sabedoria dos homens, na época das águas esses locais receberão as águas que transbordarão dos rios e logo escorrerão para o leito do rio, seguindo o seu destino final para o mar.

Mas, infelizmente, não é o que acontece na quase totalidade da formação das cidades, tanto naquelas nascidas ontem ou hoje implantadas por força de um projeto desenvolvimentista de uma região qualquer.

Os Prefeitos das cidades de hoje não são mais aquelas pessoas sábias, de princípios rígidos, prevenidas e cônscias dos próprios deveres de zelar pelo bem-estar da sua população. Geralmente são pessoas que se elegem usando até meios ilícitos nas campanhas eleitorais e, se eleitos, buscam apenas granjear maior aprovação entre a população e assim assegurar sua manutenção no poder e garantir sua próxima eleição.

Além disso tudo, os eleitos, de maneira geral, são pessoas que procuram os meios necessários para se manterem no poder e aumentar o seu Patrimônio, sem se preocupar se os meios usados são lícitos ou não.

A corrupção hoje é uma praga deletéria que infesta toda a Nação. Corrupção sempre houve, desde os primórdios das civilizações, pois o ser humano é feito de defeitos e virtudes, mas o que era velada e em proporções mínimas antigamente, hoje grassa livre, escancarada e vergonhosamente em todos os escalões dos Poderes Públicos neste País.

Antigamente, quando alguém falava em corrupção, pensávamos sempre que isto poderia ocorrer somente em Brasília, onde estão reunidos os principais poderes da Nação. Hoje, para a infelicidade de toda a Nação, existe corrupção em todos os poderes constituídos, desde a Câmara de Vereadores e Prefeitos de uma cidade, Assembléia Legislativa, Governos de Estado e no plano Federal em todos os seus Escalões.

O Eleito, acobertado pelas pessoas de confiança que ele próprio escolheu, atropela os princípios da honestidade, da ética de da moral, fazendo o seguinte e conveniente raciocínio: “se eu tenho a oportunidade e posso aproveitar essa situação e aumentar o meu patrimônio, por que não fazê-lo, sabendo que outro em meu lugar não perderia esta oportunidade".

Desta maneira, com este raciocínio errado mas conveniente, o erário público vai sendo dilapidado, sem qualquer peso de consciência, medo ou vergonha, em todos os escalões de administração deste País.

Hoje, mais do que nunca, o nosso saudoso jurista Rui Barbosa teria completa razão ao dizer que as pessoas têm vergonha de serem honestas!

Como as cidades nascem e crescem unicamente ao sabor das necessidades de moradia e do movimento migratório, sem um sério planejamento de ocupação do solo, é necessário e urgente que os Prefeitos, de todas as cidades Brasileiras, mandem fazer um levantamento topográfico de toda a área sob sua jurisdição e proíbam a construção de moradias em locais de altos riscos de enchentes e desmoronamento, para que, nas estações das águas, não tenha que retirar essa população dessas áreas e indenizar os seus proprietários pelos prejuízos sofridos.

No caso em que a topografia do terreno é composta de terrenos planos e montanhosos e a região baixa recebe toda as águas que caem em suas redondezas, é preciso um cuidado especial em analisar a constituição do solo das encostas, visto que os terrenos arenosos estão mais propícios a acumularem mais água e mais sujeitos a desmoronamentos que aqueles onde a formação do solo é constituída, em sua maioria, do elemento argiloso.

É urgente e necessário que os Prefeitos, de todas as cidades Brasileiras, a partir de agora, tomem medidas administrativas que evitem estas catástrofes que acontecem todos os anos, fiscalizando e proibindo a construção em locais de grande risco e transferindo a população que já lá estejam para locais apropriados.

Narciso de Oliveira
Enviado por Narciso de Oliveira em 08/01/2010
Reeditado em 17/08/2010
Código do texto: T2017911