COMENTANDO AS ELEIÇÕES NA BAHIA E NO BRASIL!

As eleições deste ano esclarecem vários pontos que são passíveis de estudos por parte da classe política.

Inicialmente podemos afirmar que as estratégias dos partidos ou coligações formadas na Bahia vieram favorecer o fortalecimento da candidatura Jacques Wagner à reeleição, senão vejamos:

A coligação liderada pelo DEM e pelo PSDB lançaram dois candidatos ao Senado, o mesmo acontecendo com a coligação liderada pelo PMDB; ao tomarem tal atitude deixaram o campo eleitoral mais facilitado e o partido do governo, o PT com mais de uma dezena de partidos coligados, pregou o “voto casado”. Cesar Borges que liderou as pesquisas desde o início do processo eleitoral, viu-se engolido pela coligação governamental. E isso favoreceu em muito a eleição de Walter Pinheiro e Lídice da Mata. Já à ultima hora, reuniram-se Geddel Vieira Lima e Paulo Souto para pedir o voto útil para Cesar Borges, mas o eleitor não foi avisado a tempo, uma vez que não houve comunicação desta decisão tomada na ante-véspera do pleito. Assim, o governador foi reeleito no 1º turno levando os dois senadores Pinheiro e Lídice.

Na campanha a oposição não soube explorar o fraco desempenho de Lídice quando prefeita de Salvador, muito menos sua recente atuação na Câmara Federal. Segundo informações, ela é uma deputada ausente. Apesar de serem dois nomes muito importantes, o registro de Edvaldo Brito que tinha Irma Lemos como suplente, bem como o registro de Zé Ronaldo, na minha opinião foram equivocados. Ambos deveriam ter saído candidatos a deputado federal.

Falando a nível local, os deputados estaduais eleitos Fabrício e Zé Raimundo, bem como o federal Waldenor, suas eleições eram favas contadas, sem falar nos candidatos do prefeito Guilherme Menezes, também eleitos, mas com suas bases eleitorais na região metropolitana de Salvador: Marcelino Gallo e Walmir Assunção foram bem votados aqui e se elegeram. Particularmente, nós votamos no deputado Reinaldo Braga (PR) e ele se elegeu muito bem.

Quanto aos que não conseguiram se eleger, Hérzem Gusmão, apesar de muito bem votado, Edgard Mão Branca, Coriolano Salles (este último, todos sabíamos que não chegaria lá), trouxeram grande decepção para Conquista, principalmente Hérzem que teve expressiva votação aqui, mas não teve a ajuda que pensávamos do PMDB que apostou mais em Lúcio Vieira Lima.

Os candidatos a deputados estaduais Lúcia Rocha, Ricardo Marques, Joaz Meira e Arlindo Rebouças tiveram a votação esperada, pontificando Lúcia com mais de 20 mil votos. Os candidatos Lanteney, Nelson Brito e outros, também não foram mais do que o esperado.

Esta eleição tirou de cena grandes nomes da Bahia e do Brasil – que perderam as eleições e ficarão sem mandatos.

Na Bahia, Marcelo Guimarães, Carlos Gaban, Jurandi Oliveira, Heraldo Rocha, Clovis Ferraz, Sheila Varela, Virgínia Hagge, Javier Alfaya, Paulo Magalhães Jr., Bete Wagner, Beto Lélis, Robério Nunes, Vespasiano, entre outros. Na área federal, nomes como os de Colbert Martins, João Almeida, Jonival Lucas Jr., Severiano Alves, Jorge Khoury, Benito Gama, Jairo Carneiro, Sérgio Barradas Carneiro, Luiz Carreira, Luiz de Deus, entre outros, também ficarão sem mandatos. Os candidatos a senadores Cesar Borges, José Carlos Aleluia, José Ronaldo e Edson Duarte, todos estão fora da próxima legislatura.

Na área federal, senadores como Arthur Virgílio (AM), Mão Santa (PI), Tasso Jereissati (CE), Eráclito Fortes (PI), Marco Maciel (PE), Efraim Moraes (PB), perderam as eleições e as informações é de que houve uma intenção pessoal de Lula para afastá-los da vida pública. É uma pena que o eleitor tenha entrado nessa, pois eram bons senadores. E o Senado perde muito com suas ausências!

É bom salientar, para encerrar, que muitos maus políticos da Bahia na área federal foram reeleitos; neste caso, omitiremos seus nomes em respeito ao eleitor que os conduziu novamente para a Câmara Federal.

No âmbito das eleições de Governador da Bahia e Presidente da República, sempre contestamos as pesquisas que eram sistematicamente divulgadas, visando ‘fazer a cabeça’ do eleitor; e todos sabemos que muita gente diz que ‘não vota para perder o voto’; e é uma parcela considerável do eleitorado. Daí porque nos posicionamos contrários a tais pesquisas, que só fazem bem aos institutos que as encomendam a peso de ouro. Com o segundo turno para presidente houve a possibilidade de Serra enfrentar Dilma no segundo turno. O segundo turno é uma nova eleição e vamos esperar novo massacre dos institutos e suas margens (sempre muito superadas) de erros.

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 07/10/2010
Código do texto: T2543346
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.