PELÉ: OS 70 ANOS DO NOSSO REI

Lembro-me bem quando surgiu o então garoto de 16 anos no Santos e que levava um nome esquisito: Pelé. Era o ano de 1957. O Santos, até então um clube mediano no futebol paulista,formou uma equipe que deslumbrava a todos. Foi um período de grandes jogadores e Pelé veio jogar ao lado de Coutinho, Mengálvio, Dorval e Pepe no ataque santista.

O Brasil sempre carregou o complexo de vira-latas. Ia bem nos torneios internacionais, mas havia perdido a Copa do Mundo de 1950 no Maracanã e isso trouxe uma longa fase de baixa-estima para os amantes do esporte.

Até que, em 1958, o técnico Vicente Feola convocou aquele adolescente de 17 anos para a reserva de Dida, o camisa 10 do Flamengo, contando com Joel (flamengo), posteriormente substituído por Garrincha (Botafogo), Mazzola (S.Paulo) substituído por Vavá (Vasco), Didi (Fluminense), Nilton Santos (Botafogo), Belini (Vasco), Djalma Santos (Palmeiras) e por aí vinha a nossa formação.

O Brasil nas quartas de final enfrentava o fantasma da desclassificação contra o País de Gales, uma equipe formada por atletas de grande porte para a época, média de mais de 1,85 e como era mata-mata, se perdesse ou empatasse estaria fora da Copa. Pelé entrou no jogo no segundo tempo e fez o gol da vitória aos 40 minutos, quando tudo parecia perdido. Mas não foi um golzinho qualquer. Foi um gol de placa, com chapéu dentro da área, chutando no cair da bola - para alegria da torcida brasileira que ouvia tudo pelo Rádio. Aí tudo passou a ser possível. Vieram Rússia (2 X 0 ), França (4 X 1) e a dona da casa, a Suécia (5 X 1). Assim o Brasil sagrou-se campeão do mundo pela primeira vez, graças a Pelé, a Vavá, a Garrincha e a toda a equipe canarinha que conquistou o mundo.

Várias vezes campeão pelo Santos, Pelé era caçado pelos defensores das demais equipes e todos os treinadores orientavam seus jogadores no sentido de marcá-lo implacavelmente. Em vista disso sofreu várias contusões sérias, mas sempre voltava com o mesmo futebol e a mesma elegância.

Um dia ele se aposentou da Seleção Brasileira e saiu chorando do Maracanã superlotado com mais de 120 mil pessoas que o aplaudiam. Dois anos depois deixaria o Santos Futebol Clube, ovacionado pela torcida santista. Daí ele foi jogar na equipe do Kosmos em New York – EUA, onde fez mais fama ainda. Até que chegou o dia da sua aposentadoria definitiva, aos 37 anos de idade, num jogo entre Kosmos e Santos, lá em New York. O Kosmos venceu por 2 X 1 e Pelé fez o gol da vitória do clube americano contra os brasileiros do seu ex-clube, isso no final da década de 1970.

Esse é o Pelé, às vezes criticado, ora reconhecido, mas que tornou-se “O Atleta do Século”, título concedido pela FIFA em uma grande solenidade na França. Título que muito nos honra e jamais será suplantado. Ele é o Rei do Futebol. Primeiro e único.

Hoje, 23 de outubro de 2010, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, conhecido mundialmente como Rei Pelé, “O Atleta do Século” faz 70 anos de idade, em pleno gozo da sua sempre invejável saúde.

De família pobre, Pelé nasceu em Três Corações – Minas Gerais, no dia 23 de outubro de 1940. Seu pai, que também jogava futebol, veio para São Paulo tentar a sorte e trouxe a família. Com a bagagem familiar, veio o futuro rei do futebol, que só doou alegrias para o Brasil, sendo campeão mundial nas Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970. Para ele as nossas mais sinceras homenagens e que os jovens brasileiros sigam o seu exemplo. O Brasil jamais o esquecerá!

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 23/10/2010
Reeditado em 23/10/2010
Código do texto: T2573458
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