Comentando o conto A “PRIMEIRA” INTERNACIONAL, de Almir de Oliveira

O Almir de Oliveira foi meu contemporâneo no ICEIA na segunda metade da década de 1950, quando cursávamos o ginásio. Muitos anos depois soube da sua existência como escritor e fundador da ALER – Academia de Letras do Recôncavo, através do querido amigo e poeta Danilo Evangelista. Por último, encontramo-nos na Assembleia Legislativa, no gabinete do amigo e deputado Aderbal Caldas; e como soe ser entre escritores, recebi um belo livro cujo título é Revista da ALER, nº 3 – 2010, contendo obras importantes dos membros daquele sodalício, presidido por Almir.

À página 103, encontrei o motivo destes comentários: o conto A “PRIMEIRA” INTERNACIONAL, de Almir de Oliveira, uma narrativa pra lá de gostosa que nos conta a ‘história inverossimil’ , protagonizada por Moacir da Gráfica, ao final apelidado de Moacir b... de areia.

Salinas da Margarida, terra da minha mãe, é o palco deste conto interessantíssimo e que qualquer homem poderia tê-lo protagonizado, de alguma forma, com outros personagens e ingredientes, se por lá vivesse à época, uma vez que era comum os encontros fortuitos nas praias da região, quando a violência dos assaltos nem passava pela nossa cabeça!

E o resumo é que o Moacir da Gráfica era um ‘boca preta’ afamado em Salinas da Margarida e gabava-se de ter transado com mulheres de todos os estados da federação, do Oiapoque ao Chuí...

Até que apareceu a oportunidade de saborear a ‘carne’ de uma estrangeira, loira e grega, ainda por cima. E o galã tratou de jogar seu charme, conquistando aquele monumento internacional, mesmo que não fosse assim tão exigente, com fama de faturar qualquer ser humano feminino vivente, que tivesse pernas e estivesse pulsando...

O fato se desenvolve desde a ‘cantada’ tradicional na pensão da dona Rosinha, onde costumava fazer refeições esporádicas, até a praia, da ‘coroa’, cerca de 150 metros após a ponte...

Acontece que alguns pescadores, velhos conhecidos, ao passarem próximos à ponte, vislumbraram os vultos que se dirigiam à coroa e os seguiram, com toda a cautela para não serem vistos e acabaram por testemunhar o ‘afair’ de Moacir da Gráfica com a grega. Afora isso, não era qualquer pessoa de bem que se despia de preconceitos para tirar as vestes e fazer amor à luz da lua. Os amigos ficaram à distância a assistir a cena. No dia seguinte, ao chegar ao bar de sempre, Moacir pediu uma ‘loura bem gelada’ e foi assim que o Anastácio fizesse comentários sobre a sua nudez na noite anterior. Houve altercações, mas nada que chegasse a vias de fato. O Anastácio acabou por tornar público que o vento havia jogado areia da praia no glúteo de Moacir que ficou a passar as mãos na região para tirar a areia e que, daí por diante passou a ser conhecido por Moacir b... de areia.

O texto é leve e a narrativa é de prender a atenção do leitor, de princípio ao fim. O fato é hilário e possível de acontecer, principalmente nas praias de Salinas da Margarida, testemunhas de tantas noitadas de prazer para tantos quantos a conhecem ou conheceram. O lugar é afrodisíaco e um convite perene ao amor.

Parabéns ao autor Almir de Oliveira e nossos votos de muito sucesso com a ALER.

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 20/08/2011
Código do texto: T3171033
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