Pitangui

A cidade de Pitangui é a sétima vila do ouro nas minas gerais. Na passagem do século XVII para o século XVIII bandeiras cortavam os sertões que viriam formar as Minas Gerais. A origem de Pitangui está ligada a esse momento histórico, uma bandeira chefiada por Bartolomeu Bueno da Siqueira, ávida pelo tão desejado metal precioso, aqui encontrou o seu objeto de desejo - o ouro, que brotava fácil da terra. O achado acabou por atrair uma multidão e logo surgiu mais um arraial na região das minas.

Em 6 de fevereiro de 1715, o governador D. Braz Baltazar da Silveira demonstrava em uma carta a disposição de elevar o arraial à vila. “Representando-me os paulistas a necessidade de que o arraial de Pitangui fosse erigido em vila, não só para o bom regime daqueles moradores, parece conveniente que vá de fazer a dita ereção...” Em 9 de junho de 1715, o arraial passava, oficialmente à condição de Vila de Nossa Senhora da Piedade do Pitangui.

Observa-se que o nome Pitangui já era uma referência desde o início do povoamento local. Joaquim Ribeiro Costa, em seu livro Topomínia de Minas Gerais, apresenta duas versões para o vocábulo. Uma explicação é pitang-y - rio das pitangas -; a outra, mitang-y - rio das crianças. Existe “também uma ingênua versão de que a origem do vocábulo vem da corruptela ‘pinta-aqui”, uma exclamação usada por garimpeiros quando encontravam pepitas de ouro.

Em 1719 explodiu o Motim de Pitangui. Liderados por Domingos Rodrigues Prado, os moradores da Vila travaram contra os representantes da Coroa Portuguesa na Capitania das Minas um violentíssimo combate contra a medida de se retirar das Câmaras a administração da cobrança dos quintos. “Um repúdio ao enrijecimento da ordem pública através do gradativo despojamento do poder das Câmaras Municipais e, por conseguinte, na limitação da única fonte de poder local dos mineradores”.(Carla Anastásia) Conta-se que, mesmo após a derrota, os mineradores não pagaram o 'quinto do ouro', pois o lema durante o motim era: 'quem pagar, morre'. O Conde de Assumar acabou por anistiar os presos e perdoar a dívida.

O ouro se esgotou rapidamente, mas o local não entrou em decadência. Pitangui se transformou num importante centro de abastecimento regional e para quem estava a caminho de Goiás. No dia 16 de maio de 1855, a Vila foi elevada à cidade com o nome de Pitangui. Nesta época, seu território era imenso e compreendia terras onde hoje estão os municípios de Dores do Indaiá, Bom Despacho, Mateus Leme e outros. Situada a 1.135 metros de altitude, a histórica Pitangui está a 130 quilômetros de Belo Horizonte. Possui uma topografia de serras com matas como a Rocinha, Pedreira e Mata do Céu e sua bacia hidrográfica é composta por dois grandes rios: o Pará e o São João. “O povo hospitaleiro garante a satisfação das pessoas que visitam suas terras à procura de tranqüilidade, sossego e de muita história contada em seus becos, ladeiras, igrejas, casarões coloniais e belíssimas fazendas preservadas que expressam os ideais de lutas e cobiça pelo ouro que brotava de suas entranhas.

Nova Serrana por esse tempo, era distrito de Pitangui, vindo a emancipar-se em 01 de janeiro de 1954.

Como dizem seus cronistas: Pitangui é uma cidade cheia de amores e desamores para contar, traições, esconjurações, conspirações na calada da noite, de lendas e fantasmagorias narradas em noites frias e escuras, cheias de sereno e sons misteriosos, ao lado do estalar das chamas de uma fogueira.”

Luciano de Assis
Enviado por Luciano de Assis em 14/09/2011
Código do texto: T3218631
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