FIGURAS DE CONQUISTA - 100 ANOS DE JORNALISMO E OS AMIGOS DO BAR CANA BRAVA

Estava lendo uma matéria de Luiz Fernandes ‘100 ANOS DE JORNALISMO EM CONQUISTA’ e fiquei a pensar o quanto é difícil criar um texto sobre tema tão importante referindo-se a um tempo tão longo, sem cometer lapsos.

Como jornalista, há mais de 40 anos, fui me acostumando com tais erros, muitos dos quais, vários jornalistas e escritores em geral, cometem, alguns por lapsos de memória, outros por propósitos os mais diversos: desde o puro esquecimento, à falta de uma pesquisa mais apurada, até a abominável escravatura do preconceito.

No texto de Luiz Fernandes, vários colegas foram esquecidos (os motivos, só o autor poderia esclarecer). Entre os mais gritantes, a omissão dos nomes de Iris Geraldo Silveira, que era redator oficial do Jornal A Conquista, de propriedade do nosso saudoso colega, historiador e confrade da Academia Conquistense de Letras – Aníbal Lopes Vianna, em quem os novos (como é o caso do Luiz Fernandes) deveriam se espelhar, se desejassem de fato, falar a verdade. Ainda morava no Rio e, de passagem por Vitória da Conquista, Iris Silveira apresentou-me a Diamantino Correia que era repórter do jornal A Conquista e a Adrônico Borges, o Borjão, de tradicional família local, que era repórter do jornal Equipe e que acabou por fundar seu próprio jornal. Também o meu filho Ricardinho Benedictis, repórter e redator, que trabalhou durante anos conosco, desde o jornal Tribuna de Conquista (que adquiri do também jornalista Elbiomar Coelho, outro ‘esquecido’), posteriormente fundou o seu próprio jornal Gazeta da Bahia e sequer foi citado pelo ‘historiador’. Nomes como o de Hélio Gusmão e Enyl Lemos, também não poderiam ser omitidos. É claro que todos temos o direito de expressar nossas opiniões. Mas quem pretende fazer um texto histórico, deve ‘esquecer’ as conveniências políticas ou as ideologias mal resolvidas para, em nome da história, expressar a verdade dos fatos e não fazer ilações sobre comportamentos políticos de quem quer que seja, ou mesmo, jactar-se de crítico literário, para dizer que fulano e beltrano têm ou tinham textos melhores ou piores. Particularmente, não tenho opinião formada a respeito do texto deste cidadão, até porque não me parece que viria ao caso.

• • Para governo destes arautos ‘históricos de araque’, sem querer ser modesto, gostaria de lembrar que, por mais que desejem passar uma borracha na história da cidade que elegi para ser a minha segunda terra, mesmo porque recebi o título de cidadão conquistense por ‘relevantes serviços prestados ao jornalismo e à cultura de Vitória da Conquista’, acho anti-ético e grosseiro que algumas pessoas se arvorem de arautos históricos, quando neles falta a devida isenção e o devido conhecimento. Lembrar ao pseudo historiador que fundamos em Conquista algumas das instituições mais importantes. A começar pela Delegacia do SINJORBA – Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (da qual fui Delegado), pela Academia Conquistense de Letras, da qual fui várias vezes vice-presidente e presidente entre 1990/1992, Centro de Cultura Governador João Durval, atual Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima (do qual fui três vezes diretor), Conselho Regional de Cultura do Sudoeste da Bahia – COREC, Conselho Municipal de Cultura e fundador do embrião que deu lugar à Secretaria Municipal de Cultura, que foi o Departamento de Cultura, como autônomo, desligando a então Coordenadoria de Cultura da estrutura da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, em 1993, no último governo de José Pedral, quando fui nomeado diretor, pedindo para sair em dezembro de 2005 para reassumir a direção do Centro de Cultura.

• • Colocados os pontos nos ii sobre o meu pensamento e a minha atuação, gostaria de expressar a satisfação que tenho por ter criado uma equipe importante de bons jornalistas e me associado a outros tantos, a exemplo de Wellington Gusmão, Paulo Nunes, Antonio Thaumaturgo Soares, Geraldo Sol, entre outros.

• • Partindo agora para o tema que me levou a escrever esta crônica, gostaria de dizer que fico muito feliz quando aos sábados, encontro meus amigos no Bar Cana Brava, do amigo Beto, ali na Rua da Granja. Na degustação de uma cervejinha gelada, temos a oportunidade de conversar sobre assuntos os mais variados com os amigos Jeremias Macário, Edilson Mendes, Geraldo Xavier de Oliveira, Gonçalo e Raimundo Jr., Leonardo Pulpito, Florisvaldo Rodrigues, Francisco Alves e tantos outros, apenas pelo prazer da conversa, sem falar nos espetos de frango que são marca do Bar Cana Brava. As fofocas, os complexos de inferioridade ou mesmo, de superioridade, deixamos para os ‘arautos de araque’ que vivem pensando em agradar seus patrões pretéritos ou futuros.

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 24/11/2011
Código do texto: T3354296
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