APEGO...

Apego...

...Raposa no covil escondia Anéis colares e adornos que adquiria. Na noite ave de rapina, em um surto maligno, levou o que á raposa pertencia. Aquisições sacrificadas, Presentes ofertados, datas com elas marcadas. Colecionando vícios, no esquecer as virtudes... Ave de rapina adentrou enquanto repousava á raposa. Sono, que para a mesma era dos justos, despertou no susto. Tudo que amealhara, á ave levou em uma só vez... Agradecida, louvava a DEUS, ter –lhe preservado a vida. Lembrando-se da passagem do mestre.”Não acumuleis tesouros na terra, traças destroem a ferrugem consome...” Na madrugada de uma sexta-feira, um menino franzino saltou em meu ninho, levando meus vícios. Jóias bem materiais que no viver acumulei... Empréstimos do PAI que tanto orgulhei. Enquanto colecionava esquecia-me do mandamento. Ponho-me a pensar, no governador do planeta, enquanto aqui viveu... Não constam nas escrituras que tivesse registrado posses, que lhe dessem direito, aquela ou outra propriedade, é de JESUS que falo. “Onde estiver seu coração ai, estará o teu tesouro”, e o meu estava nas jóias que desenhei, e que ostentei. Nossas leis nos dão direito a certificados, avaliações e procedência dos brilhantes e kuilates do ouro, essas mesmas leis, não nos perpetuam... Usufrutuária dos bens temporários, que chegaram as minhas mãos. Nada nos pertence, porque tudo provém de DEUS, que no-lo dá e no-lo tira, quando bem o quiser. DEUS poupou-me a vida, neste acontecimento, GLÓRIAS E GRAÇAS. Não mais apego! Perdôo o que meu aposento invadiu, me poupando cicatrizes maiores. “Vão se os anéis...” Porém meus dedos estão aqui, posso escrever estas linhas, tocando vez por outra, os dois anéis que me restaram nos dedos. Agradecida, porém entristecida, não pela perda de meu tesouro, mais pela infelicidade deste menino. Doze anos ,viciado no craque, pergunto-me, em que lar encarnou esta alma, que família se é que tem? Sou feliz pela família que tenho... Choro as mães, que pariram aves de rapina.

“As raposas têm seus covis e as aves do céu têm seus ninhos, mas o filho do homem não tem onde reclinar sua cabeça”.

(Mateus, cap.VIII: VERS.20).

Deth haak

09/07/2005

Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 14/07/2005
Código do texto: T34388