A natureza

Ouço o canto dos pássaros no quintal. São bem ti vis, sabiás, rolinhas. São o roçar da brisa na folhas das árvores, o canto da vida que passa sorrateira e o soluço da saudade que se agita dentro de mim, tudo isso como um imenso festival de sons, canto e musicais, que se alongam dentro e fora de mim, como se fora eu mesmo o próprio universo.

Sou paz aqui e agora. Buscando no silencio do meu dia, neste fim de tarde a Presença plena e inconteste Daquele que em tudo busca a Sua própria forma e tange todo este montante de formas para a direção de Seu Próprio Coração, se alimentando do Seu Próprio amor, em tudo o que Faz em tudo o que É se formando e transformando aqui.

Olho mais distante e vejo as folhas das árvores, o balançar dos galhos e o rasteiro da grama, que mais parece um tapete. Tudo na vida é feito de formas, de sons, de cheiro, de paladar e tato. Tudo na vida contém alegria e quando ela se ausenta é por que está formando dentro dela mesma, uma outra possibilidade um novo mote, um motivo.

Sou então o principio de mim mesmo, naquilo que sou e sou parte de tudo isso que me cerca, mas sou uno em mim, mesmo sendo uma mistura daquilo que é a natureza. A pureza da vida em ser aquilo que é, sem pudor. A vida é ela mesma, com toda a sua pujança, sem receio de se expressar, sem julgar, sem condenar, sem esperar nada, mesmo.