Ser resilente

A dor do outro é a nossa dor, o nosso silêncio o seu sofrer. Quando olhamos a vida a partir daquilo que somos, esquecemos-nos de olha-la da forma como é. Perdendo-nos em conceitos nossos, perdemos também os outros neles e deixamos de ver aquilo que são. Tornando-nos então cúmplices de sua dor e sofrimento.

Quando chega o fim do dia, inicia-se o inicio da noite e é neste mote, nesta sintonia, que escrevo poesia e me torno melhor. Se sei que noite e dia se complementam apesar de serem tão diferentes, por que vou duvidar que eu e o outro também sejamos, da mesma forma um complemento, apesar de diferirmos tanto.

Olho o tempo da vida e vejo como é curto. Passado tanto tempo eu que agora tenho pouco, busco no sentido da vida o sentido da morte. Vejo no sorriso da criança, a tristeza do velho e sei que é aí, nesta diferença que encontro a ciência de conhecer e saber da vida, aquilo que ela é. Assim me torno sábio, ciente e resilente.

Refaço-me no sentimento do outro, pois é nele que vou me buscar. Precisamos sempre de ajuda, isso ninguém pode refutar. Quando encontramos no outro a essência daquilo que somos, somos muito mais. E é neste contato, nesta força que se forma em nossos corações o caminho para a salvação da nossa alma no Todo do Pai.