Zona de desconforto

Vi hoje cedo uma reportagem no site UAI, que me deixou reflexivo sobre os niveis de consciencia não indivivual, mas aquela que é universal, a tal consciencia pesada que a humanidade inteira carrega nos seus ombros.

O meio ambiente, do qual somos parte integrante e poucos se lembram disso, no momento do "mea culpa". Ou seja, somos sim predadores, mas da mesma forma que o rei Leão o é quando ataca sua presa e portanto eu diria que a engrenagem funciona independentemente de ações e vontades. Tsunames e outros acidentes naturais, são predadores também de certa forma e fazemos desses acontecimentos ciclicos, uma espécie de barulho sem sentido para nos enchermos de culpas e sempre com palavras terroristas que nos são atiradas como flexas do medo e do terror a nos levar a reverencias e medos de um possivel criador.

Mas esse tem sido o desvio de foco inteligente, não sei se deliberado, ou manipulado pois a verdade nua e crua está mesmo no cotidiano que somente nos passa como despercebido, porque traz uma embalagem bonita, chamada publicidade, fotos editadas, retóricas que não nos deixam perceber a crueldade de ações individualmente implementadas pelo ser humano, cuja transparencia fica totalmente embassada pela eficiencia e plastica de reportagens diversas.

Talvez o proprio autor, o proprio jornalista, o proprio leitor, não se se dê conta que que é possivel ver e como diria meu velho pai, "olhar através das cortinas" e minha saudosa mãezinha emendava: "enxergar atras do morro".

Foi e será sempre com esses olhos de ver além, que notei o desperdicio de dinheiro que os ricos implementam, numa crueldade de espantar. O paisagismo por exemplo, com jardins e parques com enormes areas (propriedade particular e pública) onde os artistas se imortalizam inventando o nada, ou reinventando a arte, como forma de sobrevivencia, ou como ato de esperteza para tomar o dinheiro de quem tem sobrando.

Em praças publicas a gente vê esculturas de formas variadas, até mesmo para eternizar o perfil de um prefeito ou governador, como foi o caso de dois viadutos aqui em Goiania, cujos enfeites em forma de torres piramidais e com iluminação eletrica para realçar vaidades.

Nas residencias e propriedades particulares, parques e jardins são enfeitados com esculturas em pedra sabão ou aço, bem como placas reluzentes e carissimas em estabelecimentos comerciais, mesmo de porte médio, mostram que o lucro na venda das mercadorias poderia com certeza ser um pouco menor.

Temos então duas faces perigosas que se mostram:

O dinheiro do imposto sobrando para gastar com essas obras desnecessárias, já que priorizar escola e saude, ficam sempre pra depois. Além das disponibilidades do erário para ser saqueado em favor dos corruptos e gangs que assolam principalmente o poder municipal e Estadual.

Se por outro lado, apesar da corrupção no Estado, ainda sobra dinheiro para gastos de campanha (exibicionismos em obras suntuosas) para a maldita perpetuação no poder, temos muitos ricos e gente de classe média, que apesar de reclamarem muito dos altos impostos, ainda sobra dinheiro para gastos super exagerados com decoradores, paisagistas, escultores, arrematar quadros de pintores famosos em leilões, esbanjar dinheiro em viagens internacionais como se estivessem fazendo um pic nic

Não é propriamente uma reflexão para um domingo alegre ensolarado, mas um pouco de consciencia pesada, principalmente por parte dos ricos que não sabem mais onde enfiar dinheiro, poderiam pelo menos se dar ao trabalho de olhar ao redor e ver que ao inves de possuir um quadro famoso de R$500 mil pendurado na parede, poderiam muito bem e com certeza se sentiriam muito melhor, doando esse valor para uma creche ou um asilo de velhos.

Se estou maluco, não sei. Podem rir da minha inocencia ou da minha burrice, mas não estou falando de tomar dos ricos e distribuir aos pobres, estou falando daquilo que ultrapassa a area de sensibilidade humana que é exatamente aquela de começar a educar os ricos e faze-los aprender a não desperdiçar dinheiro e aplicar melhor as suas sobras no campo social.