CASTELOS NA AREIA



Para a construção de uma simples casa precisamos ter uma base solida, segura, capaz de suportar as intempéries assim como o tempo. Agora imagine construir um castelo? Aí a coisa é mais complicada ainda, que o diga os faraós do Egito com suas construções milenares.

Os povos antigos deixaram na história o registro das suas obras, os Incas, os Astecas, os Gregos e outros que o tempo se encarregou de dissipar para o mar do esquecimento. O registro histórico fica apenas para o atual povo olhar para trás e entender que nada aqui na terra é para sempre, ainda bem.

Alguns fatos recentes, considerando o termo histórico de que até dez anos podemos chamar de recente, nos deparamos com alguns desastres tanto no campo da natureza como no campo da condução das riquezas das famílias. Começando em 2008 e seguindo até os dias atuais muita confusão ocorreu na vida de muita gente, ainda bem que nem tudo foi coisa ruim.  

Nos Estados Unidos foi uma quebradeira horrível, deplorável, alguns ricos ficaram pobres da noite pro dia, muito desemprego e, quase que num passe de mágica o melhor país do mundo mais parecia uma economia de país emergente. Deu muita dor de cabeça para o presidente, ainda bem que, como disse um certo ex presidente "a crise não atravessou o Atlântico". Pelo visto ele não conhecia de geografia.

Mas nessa crônica  quero abordar as crises, os vendavais, não no sentido latu sensu, mas no estrito sensu, e bem restrito mesmo, aquelas riquezas sem origem, aqueles que de uma hora para outra apareceram ricos, como num passe de mágica em diminutos anos ostentam uma riqueza de fazer inveja aos donos de poços de petróleo, mas que também na primeira balançada vai ao chão.

Normalmente esse tipo de rico sem origem não consegue sobreviver por muito tempo, ora se o maior dos impérios, com toda a riqueza, caiu que nem um corpo sem vida, inclusive sendo seguido por diversos outros, imagine se um rico que ganhou dinheiro e ganha praticando crimes não vai para o mesmo destino, a falência? Será apenas uma questão de tempo. Os povos antigos eram derrotados e saqueados por seus adversários, os atuais são passados para trás com algumas reuniões e a tradicional "pernada", conchavos políticos e um até logo.

O mais engraçado se é que existe graça nisso, quem pegou uma "pernada" e sabe jogar aguarda o momento certo para devolvê-la, com toda cautela de uma vingança velada. Essa riqueza a qual podemos compará-la a uma construção sobre a areia, claro que, sem as devidas cautelas, porque pode-se sim construir na areia. O pior ainda é que a desgraça não vem sozinha, normalmente vem acompanhada das suas parceiras, levando o rico sem origem a uma total desgraça. 

Semana que passou, um desses ricos sem origem, acostumado a praticar todo tipo de mal para se dar bem na vida, recebeu uma dolorosa notícia, dando conta que não poderia mais fazer uso de uma marca conhecida, tornando-se assim apenas mais um no meio da multidão. Certamente está agonizando, pois construiu seu castelo na areia, esqueceu que nada é para sempre, o Eike Batista que o diga.