MATERIALISTA ATÉ PÓS-MORTE
 
 
 
Costumo dizer que esse tal ser racional, o bicho homem, materialista inveterado não tem jeito mesmo, faz cada coisa que é de meter medo a qualquer ser que ainda tenha o poder do raciocínio. O homem para ser feliz precisa comprar um carro que custa de R$150.000,00 a R$2.000.000,00. Isso mesmo, ainda que ele não tenha onde colocar esse veículo e muito menos tempo para desfrutar de tão caro automóvel. A mulher é uma princesa, para ser feliz precisa dentre outras coisas um dinheirinho para fazer sua manicure, seu cabelo e uma maquiagem para deixá-la linda para seu parceiro, observe que apesar de ser um “luxo” tais desejos na verdade servem mais ao homem.
 
O bicho homem como já disse, é ganancioso, pretensioso, insaciável no sentido amplo da palavra, está sempre em busca de mais, não se contenta com o que tem, está sempre buscando algo que não se sabe onde vai encontrar, e o pior de tudo isso que é capaz até de meter a mão no dinheiro alheio para suprir suas “necessidades” materialistas. Que me conteste alguém que nunca foi assim, que nunca desejou algo que ao conquistar em pouco tempo desprezou. Alguém que já teve de tudo, porém, diz que nada teve e ainda tem sonhos a realizar, pode acreditar, assim é o bicho homem.
 
As diferenças nos desejos entre homem e mulher são astronômicas, o homem quer tudo para ser feliz, a mulher nem tudo, claro que temos as exceções isso não vamos discutir. Mas essa crônica quer abordar o cúmulo do homem materialista, não estou aqui tripudiando sobre o falecido, mas fazendo um comparativo com aqueles que ainda estão vivos e podem mudar sua forma de ser. Li a matéria que um senhor americano, Billy Standley, tinha como desejo pós-morte ser enterrado com sua super motocicleta e aqui não declinarei a marca para não dar ibope para coisas fúteis, pois sou amante de motocicleta e não de marcas, para mim a melhor é a nova.
 
O citado senhor pediu aos parentes que lhe enterrassem juntamente com sua motocicleta, não podemos definir se com a vontade única e exclusiva de demonstrar seu desejo pelo objeto ou para não deixar nenhum dos herdeiros curtirem o bem, darem aquela volta pegando aquele vento. Como não podemos de fato saber qual foi o real desejo do falecido fica o registro para os vivos: não existe enterro com mudança, tudo que acumulamos nessa terra aqui vai ficar, seus objetos em geral, e nada é para sempre, a única coisa que levamos quando partimos é a felicidade que vivemos, essa ninguém pode nos tirar. Mesmo porque se formos para o céu lá não precisamos de nada ou se formos para o inferno não teremos tempo para nada a não ser sofrer pelos pecados. Alguém duvida?