crônica de uma mente com insônia

Tem madrugadas que é impossível. Turbilhões de imagens e pensamentos passam pela minha cabeça (e sempre acontece isso quando tomo um calmantinho natural - totalmente LEGAl, claro), acho que meu corpo não absorve muito bem estes componentes rs, só me deixam mais filosófica

Amores que não deram certo, amizades que não deram certo, trabalhos que não deram certo, bandas que não deram certo, livros que não deram certo, tentativas de me distanciar do eremita que insiste em me assombrar que não deram certo, resumindo, quase tudo que não deu certo.

Certa vez vi em algum lugar, não me lembro se foi em uma série ou alguma frase de um(a) escritor(a), mas diz mais ou menos assim: "tem certos momentos que percebemos que nadar a favor é burrice, desistir também é um ato inteligente, pois podemos estar perdendo algo melhor, que pode dar certo, insistindo em algo já perdido".

Mas fico filosofando, em que momento eu posso saber que estou realmente insistindo para algo que triunfará ou apenas estou perdendo tempo?

A final, ninguém consegue nada se não insistir, mas quando é hora de parar e seguir outro caminho? Abandonar o barco?

Ou será que estou passando por um FOMO? (como diz Humberto Gessinger em seu livro: "“Fear of Missing out”, a sensação de que o melhor esta acontecendo em outro lugar?).

Às vezes me sinto tão estúpida de tentar interagir com o mundo, socializar, noutras, me sinto estúpida de ficar hibernando, com medo do mundo. Qual lado escolher? Ficar no meio do muro parece pior. E ficar indo - ai bate uma desconfiança, um medo - então volto... novamente sigo em frente - então no meio do caminho, bate de novo uma desconfiança - e volto. Sumo, reapareço, sumo, reapareço...

Em fim, vai se aproximando meu aniversário e acabo sempre me questionando pelas minhas escolhas, o não resultado delas, o que eu construí até aqui, todos com minha idade ou mais novos, já têm uma bagagem significativa. Será que dei valor às palavras ao invés de atitudes? Será que se eu prestasse atenção ao contrario, os resultados seriam diferentes? Seria este o segredo de saber escolher, se "PREVINIR", o que vai afundar e o que vai navegar?

Meus votos de confiança, minhas apostas que não deram em nada, acho melhor guardar às cartas do baralho na gaveta novamente.