SE PUDEREM, ASSISTAM AO BOB ESPONJA

Faz um bom tempo que meu psicólogo (na época) comentou comigo sobre este desenho. Ele disse que o assistia, mesmo tendo vinte e sete anos. Na hora pensei: Será um convite para assistir também ou está tirando uma com a minha cara? Ideias e conclusões a parte, alimentei por uns dois anos a vontade de assistir ao tal desenho do Flávio (Flávio é o nome do psicólogo). Um dia destes, levantei mais cedo, não lembro bem, talvez um telefonema tenha me acordado, então resolvi fazer a dança das cadeiras com os canais da tv para ver se tinha algo interessante. De manhã o que tem especialmente é: desenho para as crianças e jornal para os adultos. Como adolescente, me senti no meio termo e deixei no desenho, é claro. Acreditem, logo que me acomodei na cama para ver qual desenho era, descobri um nome que me soava familiar: Bob Esponja. Como uma esponja pode ser tão humana? Qualidade esta, rara em nós seres humanos. Só dois anos depois, descobri o porquê entre tantos desenhos de lutas, guerras ou até, entre outras programações de tv a cabo, o Flávio escolheu assistir o bom e velho Bob Esponja. Em um mundo cada vez mais tecnológico e agitado, onde as pessoas esbarram em você e não pedem desculpas, julgam ser ter provas, apontam dedos ao invés de estender as mãos, Bob, num lugar não muito distante, no fundo do mar, nos ensina que ser amigo vai muito além de gostar de alguém que gosta de nós, isto é fácil. Ele gosta de alguém que o detesta, o Lula Molusco. Mas sua amizade é tão pura e leal, que ele não percebe a repulsa do ''amigo''. Quando se gosta de verdade, não se espera nada em troca, nem o próprio sentimento retribuído. Tem como não se apaixonar por este desenho? Deu até para redimir meu psicólogo.

Sarah Marques
Enviado por Sarah Marques em 15/08/2015
Reeditado em 16/08/2015
Código do texto: T5347409
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