O GRANDE ACORDO III - (ACORDÃO)

Espero que os amigos leitores não confundam a palavra acordão com acórdão.

Ao iniciar a fase três desta crônica seriada que me permito escrever, gostaria de chamar a atenção daqueles que se julgam jornalistas e escritores sérios, taxando os demais ‘colegas’ como parciais, dadas as suas posições políticas individuais, que coloquem suas barbas de molho. Estamos convivendo uma era inédita no Brasil, onde o ‘mau caráter’ tem peso maior que um cidadão de bem’, uma vez que quem está no poder, pode, se assim o desejar, plantar notícias na mídia para desmoralizar qualquer pessoa, sem punição, uma vez que, segundo Ruy Barbosa preconizou - “Justiça tardia é injustiça manifesta”.

Vamos ao acordão. O presidente do Senado e o presidente da Câmara protagonizam aquele velho jogo de gato e rato. Um toma tal atitude o outro toma outra, marca sessão do Congresso e sessão da Câmara para o mesmo dia e hora, no mesmo local, não andam nem dão entrevistas juntos e cada qual evita desancar o outro. Enquanto isso, dão tempo a Dilma para sobreviver por mais uma semana, adiando diariamente a ‘reforma ministerial’, uma pantomima armada para enganar os incautos. Se o governo federal paga polpudos salários a mais de 100 mil pessoas em cargos de confiança, sem concurso e que podem ser demitidas e nomeadas a bel prazer, seria fácil que o governo diminuísse tais gastos, demitindo, por exemplo, metade dessas ratazanas que nada fazem e que estão espalhadas por todos os lados. Mas o governo não quer deixá-los de fora e perder seus votos e seu trabalho de formigas, dispostas a tudo para ganharem a vida sem trabalhar e sem mérito para encarar o mercado de trabalho no setor privado. Some-se isso a mais de 25 milhões de ‘bolsas família’ distribuídas ninguém sabe como, ‘seguro defeso’, que passou de 500 mil pescadores para dois milhões e meio na gestão de Dilma/Crivella em 2014, adicione-se mais de duas mil viagens em 2015, com jatinhos da aeronáutica, pagas com dinheiro do contribuinte, para ministros, deputados e senadores fazerem passeios com a família, participarem de festas, etc e da própria presidente da República que vai aos Estados Unidos e outros países levando comitiva de mais de 150 pessoas, aluga 25 veículos, hotéis de luxo, faz escala para bater papo com membros do Supremo, fora do país... Vejam, senhores, é muita coisa.

Voltando ao Congresso, Câmara e Senado, concluímos que tudo isso está combinado. É uma espécie de faz de contas para ludibriar o pobre povo brasileiro.

Há fatos nessa arte do engôdo que nos causam cócegas estomacais, às vezes, náuseas. Senadores do PT e alguns fiéis aliados usam a tribuna do Senado para defender o ex-presidente Lula. Do princípio ao fim das sessões, está difícil assistir a TV Senado. Antes era a nossa favorita. Por incrível que pareça, estamos sempre migrando para a TV Câmara, cujas sessões são mais interessantes.

Senadores e deputados comunistas defenderem a ‘Democracia’, é uma espécie de escárnio contra a nossa inteligência. Onde, em que país o regime comunista, apelidado de ‘socialismo’, seja com Stalin – na Rússia, Mao – na China, Fidel – em Cuba, entre os mais famosos, e outros, em que país os comunistas implantaram ‘democracia’? No Brasil, eles são os defensores e os que mais falam em democracia. Achamos que Luiz Carlos Prestes estava muito certo.

Pois bem. Na nossa opinião, estamos convivendo com um ‘acordão’ desavergonhado. E mais, a fraca oposição parece que depôs as armas. É medrosa. Quem sabe para manter seus dedos incólumes contra as ameaças diárias que alguns senadores fazem abertamente da tribuna do Senado, como aconteceu nesta quarta (30). Quem tem medo, deve abandonar a vida pública e não se deixar amofinar por ameaças de desesperados.

Finalmente, esta armação vai desembocar numa desilusão maior ainda e o país vai sangrar até que o povo volte às ruas e exija respeito da classe política que temos.

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 01/10/2015
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