PRAIA DE NUDISMO

Quem nasce em Itabaiana não se ressente de banho público. O Paraíba é um chamativo para as peladas e as natações.

A minha grande frustração é não ter pulado da ponte, durante as cheias. Não fui tão louco quanto o meu amigo Enxuto, que disse ter pulado sem saber nadar, enquanto os frequentadores da sua madrinha Nevinha esperavam-no nas águas turvas.

Agora da festa em si eu sempre participei. Aliás, eu e o mundo! Zé da Luz afirmava que a buzina de Manoel Pedro, em tempos passados, alertava a população ribeirinha, sendo procedida da gritaria do povo:

“Quantas vez mi alevantei,

Noite arta, noite meia

Com o buzo de Mané Pedo

E a gritaria do povo:

- Lá vem a cheia! Óia a cheia!”

A cheia era um orgasmo estacional. José Lins do Rego diz que o seu avô, senhor de engenho na várzea do Paraíba, preferia perder com a cheia do que com a seca.

E como o rio corre para o mar, todo itabaianense o conhece ainda pequenino.

O meu pai tinha um Ford antigo, mas eram tantos os filhos que ele alugou um caminhão. E naquela época andava-se na carroceria. Que graça! E fomos para a Praia da Penha.

Mamãe levara os biquínis de Célia, Sônia e Selineuza, mas esquecera as sungas dos meninos. Assim, a Praia da Penha, para o meu irmão José Carlos e eu, foi o nosso balneário nudista.