O FENÔMENO DO SONETO

Eu já disse aqui que o período em que mais produzo poesia é quando estou estudando para as provas do curso de Direito. E se agora pouco componho é porque tranquei o período rsrs, para ficar mais tempo com a poetisa Luciene Soares, dada a viagem da nossa Lorena Alysson para o Rio Grande do Sul.

Mas o que quero dizer é que encontrei um caboclo mais doido do que eu: o Dr. Fernando Cunha Lima tem 8 livros publicados, tendo sido o primeiro "Fernando em pessoa", livro de sonetos de que ele "se envergonha", acredito que pelo refinamento alcançado ao longo da caminhada literária.

Como bom pediatra, o poeta Cunha Lima é um contumaz estudante da medicina, investindo na atualização que reflete na qualidade do atendimento aos seus pequeninos pacientes. Porém, a cada dez páginas de leitura, nasce um novo soneto. A sua esposa já chegou a dizer que ele está ficando "doido" rsrs. Assim, o arquiteto da palavra já burilou 6.000 (seis) mil sonetos. Transformando isso em livros seriam 60.

No Encontro dos poetas do Recanto das Letras, no Blue Sunset, o poeta presenteou-nos com o seu "Sonetos com nome de soneto", com prefácio de Astenio Fernandes e apresentação de João Gonçalves de Medeiros Filho, presidente do CRM da Paraíba.

Encontramos na página 16 o "Soneto afônico":

"Essa minha mania de escrever

Soneto sonial, soneto assim,

Vem da verve que vive e mora em mim,

Do modo como vejo o meu viver.

Interrogo-me sempre, sem saber,

Qual o verso que vem, se estou a fim

De compô-lo num bar, num botequim,

Num momento feliz ou de lazer

Sujeito sonhador e estressado,

Apresso-me na pressa. Se apressado,

Eu me perco na busca do perfeito.

Rima rasa, sem métrica, sem tônico,

E lá se vai mais um soneto afônico...

Desculpem-me, vocês, mas é meu jeito!"

Não desculpamos absolutamente nada, poeta! Continue a nos presentar com essa boa loucura!

Sander Lee

Presidente da Associação Profissional dos Bibliotecários da Paraíba - APBPB