Eu posso, eu creio.

Ah se eu pudesse...

Pensar em tudo, crer em todos e fazer o que eu quizesse...

Ainda seria a vida monótona, como um barco velejando ao horizonte...

Ver o infinito sem um final descrito.

Seria a folha que cai, sem sentido somente a queda mais nada.

Assim como a sombra da melancolia passando atravez de mim.

Um par imperfeito, sem outro ao lado.

Um aviao sem rumo, indo do outro lado de lá.

Um nada, um tudo me envolvendo loucamente num balé, onde eu seria o perdedor.

Uma cor quente banhada numa cachoeira de felicidade.

Pensar ainda que fosse somente, um raio de luz divina, enfeitando minha cabeça de azul.

Nao posso... ah se eu pudesse...

Paro e olho.

Mais uma onda que se desfaz suavemente na praia.

Mais uma brisa, um amor, um calor e nao posso.

...me fui, ando crente no amanha...um amanha que talvez eu nao esteja presente.

Mas serei a brisa, a cor, o aviao passando, voando até o raio divino para me enfeitar de luz.

Me espere.