DISCURSO DE POSSE DA NEO-ACADÊMICA LÍDIA ALBUQUERUQE DE SOUZA CADEIRA Nº 36, PATRONÍMICA DO IMORTAL HUMBERTO DE CAMPOS VERAS

 

ARCÁDIA BRASILEIRA DE ARTES E CIÊNCIAS ESTÉTICAS

– ABRACE –

 

 

 

         Excelentíssimo Senhor Presidente da Arcádia Brasileira de Artes e Ciências Estéticas, poeta e compositor ANTONIO RAYMUNDO TÔSTO FILHO.

         Nesta data, onde tomarei posse neste Sodalício, ocupando a cadeira número trinta e seis (36) patronímica do imortal escritor HUMBERTO DE CAMPOS VERAS, encontro-me possuída de uma forte emoção, as lágrimas cascateiam sobre minhas faces, minhas mãos encontram-se tremelicosas.

         Agradeço a Vossa Excelência o convite a mim formulado para irmanar-me à comunidade Arcádica, realizando um dos mais belos sonhos de minha existência.

         Excelentíssimo Senhor Presidente da Confederação das Academias de Letras do Brasil, professor FRANCISCO SILVA NOBRE.

         Excelentíssimo Senhor diretor cultural da ABRACE, Dr, ABÍLIO KAC, o meu perene agradecimento por me haver concedido a honra de apadrinhar a minha posse.

         Excelentíssimos Senhores integrantes do magnânimo Conselho de Árcades da ABRACE os meus efusivos agradecimentos pelos votos de confiança depositados à minha pessoa, com o deferimento do meu pedido para integrar esta instituição cultural.

         Aos meus fraternos Árcades que hoje me acolhem com calorosa recepção, o meu cálido abraço mesclado a róseos beijos, com a certeza de que saberei honrar nosso brasão, nossa bandeira, nossos Estatuto e Regimento; não medirei esforços para elevar cada vez mais alto o nome da ARCÁDIA BRASILEIRA DE ARTES E CIÊNCIAS ESTÉTICAS, assim o prometo.

         Senhores componentes desta douta mesa, muito obrigada.

         Minhas Senhoras e Meus Senhores que compõem este seleto auditório e muito me honram com vossas presenças, muito obrigada.

         Tentarei agora, em rápidas palavras, discorrer sobre a vida de meu patrono:

HUMBERTO CAMPOS VERAS nasceu em Miritiba (atual Humberto de Campos), Maranhão, a vinte e cinco (25) de outubro de 1886 e morreu no Rio de Janeiro, a cinco (5) de dezembro de 1934.

         Escritor, jornalista e poeta brasileiro. Membro da Academia Brasileira de Letras, recebeu também o título de Príncipe dos Prosadores Brasileiros. Matriculado antes dos sete (7) anos na escola do Professor Agostinho Simões, permaneceu apenas algumas horas, fugindo amedrontado. Órfão de pai nos fins de 1892, meses depois fixou residência em Parnaíba, Piauí, onde cursou o primário. Freqüentou o externato São José e posteriormente o Colégio Saraiva. Aprendiz de alfaiate e caixeiro, mais tarde (1899) passou a trabalhar na tipografia onde era editado O Comercial. No ano seguinte mudou-se para São Luiz do Maranhão iniciando a atividade de compositor no Jornal da Manhã. Durante o dia era caixeiro na Casa Transmontana. A serviço de um escritório de Belém, percorreu os rios Pururs, Madeira e Juruá; visitando também, as obras da seca no Ceará, Piauí e Maranhão. Na função de dirigente de uma firma exploradora de borracha, visitou o Amazonas em 1908, ficando profundamente chocado com a situação degradante dos seringueiros. Desse quadro resultou a série de artigos que publicou na Folha do Norte, de Belém. Secretário do senador Antônio Lemos, assumiu também a função de redator do jornal Província do Pará, e seu nome começou a se projetar.Sucessivamente exerceu os cargos de chefe de seção da Prefeitura, diretor da Secretaria do Conselho municipal e secretário da Comissão Executiva do Partido Republicano do Pará. Transferindo-se para o Rio de Janeiro (1912), tornou-se redator do Imparcial. No período de 1928-30, representou seu estado na Câmara Federal. Eleito para a Academia Brasileira de Letras (posse em oito de maio de 1920), ocupou a cadeira número vinte (20), cujo patrono é Joaquim Manoel de Macedo. Adotando o pseudônimo de Conselheiro XX, publicou algumas crônicas brejeiras n’O Imparcial e o sucesso foi surpreendente. Por força desse interesse, XX Produziu uma série de fascículos: Bacia de Pilatos, Gansos do Capitólio, A Serpente de Bronze, etc. A tiragem alcançou cifras consideráveis, porém, Humberto foi violentamente criticado e tachado de imoral. A propósito, Múcio Leão (em discurso de posse na Academia) disse: “A literatura de Conselheiro XX não era imoral – imoral sim, era a sociedade, cujo espírito aquela literatura refletia”. Num concurso realizado pelo Diário da Noite, Humberto foi consagrado Príncipe dos Prosadores Brasileiros, obtendo trinta e um (31) votos de escritores e oitenta e quatro (84) populares.

Bibliografia: Memórias, Memórias Inacabadas, O Brasil Anedóctico, Poeira, 1ª e 2ª série (poesias), Da Seara de Booz, Sombras que sofrem, etc.

 

         A todos os presentes a esta solenidade, o meu muito obrigado.

 

 

 

 

25 de Setembro de 2003.

Lídia Albuquerque de Souza

Lidia Albuquerque
Enviado por Lidia Albuquerque em 17/08/2008
Reeditado em 01/12/2008
Código do texto: T1132761
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