AS MULHERES E A GRAMÁTICA: MASCULINO E FEMININO

Estes ensinamentos estão fundamentados em gramáticas de três gramáticos brasileiros da atualidade: Domingos Paschoal Cegalla, Evanildo Bechara e Luiz A. Sacconi.

É um texto muito bom! Garanto! Só perde quem não o ler!

Para quem não sabe: Evanildo Bechara é professor titular e emérito da Universidade do Estado do Rio de janeiro (UERJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF). Atua nos cursos de pós-graduação para professores universitários e de ensino fundamental e médio. É membro da Academia Brasileira de Letras e é o representante brasileiro do novo Acordo Ortográfico.

Este conteúdo é muito importante! Na hora de um concurso, fique atento!

Evanildo Bechara afirma: “A presença, cada vez mais justamente acentuada, da mulher nas atividades profissionais que até bem pouco tempo eram exclusivas ou quase exclusivas do homem, tem exigido que as línguas – não só o português – adaptem o seu sistema gramatical a estas novas realidades. Já correm vitoriosos, faz muito tempo, femininos como MESTRA, PROFESSORA, MÉDICA, ADVOGADA, ENGENHEIRA, PSICÓLOGA, FILÓLOGA, JUÍZA, entre tantos outros”. (Moderna Gramática Portuguesa, 37ª edição, atualizada pelo novo Acordo Ortográfico, 2009, p. 134)

Na página seguinte: “Variam: ALFAIATE – ALFAIATA; INFANTE – INFANTA; GOVERNANTE – GOVERNANTA; PRESIDENTE – PRESIDENTA; PARENTE – PARENTA; MONGE – MONJA”.

Observa-se, portanto, que as mulheres influenciam muito, não só nas atividades sociais, religiosas, domésticas e econômicas, mas, também, no próprio idioma, entre outros setores. As línguas se adaptam às realidades que surgem. Nenhuma língua é estática. Só permanece estático quem não deseja evoluir.

Obs.: A vírgula, em alguns lugares da primeira citação, foi colocada por mim, por considerá-la importante, e não pelo gramático mencionado. Os destaques também foram feitos por mim, pela mesma razão.

Domingos Paschoal Cegalla afirma: “Diversos são os processos de formação do feminino. Sem levar em conta alguns casos especiais, podemos afirmar que o feminino se realiza, mais frequentemente, de três modos diferentes:

*flexionando-se o substantivo masculino: filho, filha – mestre, mestra – leão, leoa – folião, foliona...

*acrescentando-se ao masculino a desinência –a ou um sufixo feminino: autor, autora – deus, deusa – cônsul, consulesa...

*utilizando-se uma palavra feminina com radical diferente: pai, mãe – homem, mulher – boi, vaca”. (Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, 48ª edição, 2008, p. 136)

Nesta obra, Cegalla registra: o parente, a parente, a parenta; o presidente, a presidente, a presidenta.

Luiz A. Sacconi, na obra "Nossa Gramática Contemporânea: teoria e prática", registra: o presidente, a presidente, a presidenta.

Eis, agora, o masculino e o feminino de alguns substantivos muito importantes! São ensinamentos oficiais.

O elefante, a ELEFANTA, a aliá;

O parente, a PARENTE, a PARENTA;

O presidente, a PRESIDENTE, a presidenta;

O mestre, a MESTRA;

O gigante, a GIGANTA;

O oficial, a OFICIALA;

O senhor, a SENHORA;

O peru, a PERUA;

O hóspede, a HÓSPEDE, a hóspeda;

O monge, a MONJA;

Deus, DEUSA.

Obs.: Na poesia, existe a palavra “deia”, que significa “deusa”. Eu, por exemplo, já fiz um poema cujo título é “deia”. Esta palavra também é um feminino de “deus”, usada, como eu disse, em obras poéticas. Cada área do conhecimento humano tem seus termos próprios.

O profeta, a PROFETISA;

O papa, a PAPISA, a papesa.

Obs.: Segundo a lenda, “papisa” é a mulher que teria alcançado a dignidade de “papa”.

O anfitrião, a ANFITRIÃ, a anfitrioa;

O cidadão, a CIDADÃ, a cidadoa.

Obs.: “Cidadoa” é palavra menos conhecida e menos usada. Eu já publiquei um texto cujo título tem a palavra “cidadoa”. Está no Recanto das Letras.

O tecelão, a TECELÃ, a teceloa;

O leão, a LEOA;

O pavão, a PAVOA;

O glutão, a GLUTONA;

O frei, a SÓROR, a soror;

O padre, a MADRE;

O sacerdote, a SACERDOTISA;

O czar, o tzar, a czarina, a tzarina;

O rei, a RAINHA;

O ateu, a ATEIA;

O pigmeu, a PIGMEIA;

O hebreu, a HEBREIA;

O réu, a RÉ;

O judeu, a JUDIA;

O frade, a FREIRA;

O cavaleiro, a AMAZONA;

O cavalheiro, a DAMA;

O zangão, a ABELHA;

O boi, o touro, a VACA;

O governante, a GOVERNANTE, a GOVERNANTA;

Nota: O meu objetivo é apenas mostrar o que é digno de credibilidade e de uso àqueles que desejam se preparar para a vida e para o exercício da cidadania. O que eu escrevo é o mesmo que é ensinado por qualquer outro professor sério e honesto de qualquer escola brasileira. É aquilo que é exigido em concursos ou vestibulares. É aquilo que é oficial. No entanto, há aqueles que, não tendo conhecimento disso, não exercendo o papel de educadores, falam o que a imaginação lhes diz.

Todavia, custa muito pouco comprar algumas gramáticas e dicionários da atualidade. Todo mundo tem o direito de argumentar, mas todo mundo tem o dever de saber o que diz, de falar com fundamentação teórica.

É isso!

Um forte e cordial abraço!

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 06/05/2014
Reeditado em 06/05/2014
Código do texto: T4796197
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