MULHER
Umas seguem o caminho da pseudo-resignação: desprezam-se, abandonam-se, num desamor próprio e a preguiça mascara seu pavor de aparecer na sociedade. Para continuar a viver e gastar o combustível da vida plena de energia voltam-se para as atividades domésticas, exagerando os cuidados com a casa, numa transferência total daqueles cuidados que deveriam ser repartidos com elas próprias. Infelizes, carregam sobre seus familiares e empregados e quem mais tenha a pouca sorte de privar de sua companhia, o rancor, o amargor, gerado no inconformismo e na mágoa, recalcando, muitas vezes, o sentimento de frustração que se transforma numa sensação de fome, e lá vão elas buscar uma compensação na satisfação da gula e toca a comer. E falam ainda que ficam desesperadas quando se olham no espelho e com isto acelera o envelhecimento, deixando no rosto todas as marcas de sua derrota.
E há ainda aquelas que fogem à evidência pensando ludibriar a infalibilidade do tempo e enganam a idade imitando mocinhas.
Indiscutivelmente, é a mulher a mais afetada pelo conceito de envelhecimento, dada sua condição de feita para atrair.
Mas, os homens também sofrem o impacto dos sinais do tempo, os cabelos brancos ou quase infalível careca, a proeminência de uma barriguinha incômoda e, naturalmente, tem outras reações não menos desesperadoras. Uma das mais corriqueiras é a de correrem na conquista, em busca de auto-afirmação de que ainda não se encontram em plena forma.
Há os revoltados que armazenam rancor e ficam velhos chatos e, também os resignados: cadeira de balanço, jornal e tristeza são os maiores aceleradores da velhice.
E indicam como solução para livrar-se deles, uma receita bem simples: ocupar-se e não preocupar-se, viver cada dia como se fosse o último, mas, planejar como se ainda não tivesse fim.
(Publicado no livro Contos, Crônicas e Poesias)
Umas seguem o caminho da pseudo-resignação: desprezam-se, abandonam-se, num desamor próprio e a preguiça mascara seu pavor de aparecer na sociedade. Para continuar a viver e gastar o combustível da vida plena de energia voltam-se para as atividades domésticas, exagerando os cuidados com a casa, numa transferência total daqueles cuidados que deveriam ser repartidos com elas próprias. Infelizes, carregam sobre seus familiares e empregados e quem mais tenha a pouca sorte de privar de sua companhia, o rancor, o amargor, gerado no inconformismo e na mágoa, recalcando, muitas vezes, o sentimento de frustração que se transforma numa sensação de fome, e lá vão elas buscar uma compensação na satisfação da gula e toca a comer. E falam ainda que ficam desesperadas quando se olham no espelho e com isto acelera o envelhecimento, deixando no rosto todas as marcas de sua derrota.
E há ainda aquelas que fogem à evidência pensando ludibriar a infalibilidade do tempo e enganam a idade imitando mocinhas.
Indiscutivelmente, é a mulher a mais afetada pelo conceito de envelhecimento, dada sua condição de feita para atrair.
Mas, os homens também sofrem o impacto dos sinais do tempo, os cabelos brancos ou quase infalível careca, a proeminência de uma barriguinha incômoda e, naturalmente, tem outras reações não menos desesperadoras. Uma das mais corriqueiras é a de correrem na conquista, em busca de auto-afirmação de que ainda não se encontram em plena forma.
Há os revoltados que armazenam rancor e ficam velhos chatos e, também os resignados: cadeira de balanço, jornal e tristeza são os maiores aceleradores da velhice.
E indicam como solução para livrar-se deles, uma receita bem simples: ocupar-se e não preocupar-se, viver cada dia como se fosse o último, mas, planejar como se ainda não tivesse fim.
(Publicado no livro Contos, Crônicas e Poesias)