Homenagem póstuma à Diwaltriz Pereira de Santana, Militar Acadêmico.
O mendigo do Belas Artes
Roto, sentado à beira do batente
Da porta do edifício Belas Artes,
Tristonho, olha os passantes, sem apartes,
À espera de uma cédula cadente.
Camisa aberta cheia de estandartes,
Deixa uma pústula sangrar dolente
Num braço inchado e, mais irreverente,
Deixa o pus escorrer por outras partes.
E quem o vê assim baixinho exclama:
Por este corpo a cova já reclama,
Este corpo que o verme já consome.
Não sabe, entanto, que este pobre amigo
Antes, bem antes de virar mendigo,
Foi um Poeta de real renome.
Texto retirado do Anuário da ACLERJ de 2008.