GENTE ENGRAÇADA

GENTE ENGRAÇADA

Na infância eu adorava acompanhar meu pai, a cavalo pelos campos, em alguma viagem pelos arredores do nosso povoado. Ouvindo as pessoas com aquele linguajar caipira e diferenciado. Dificilmente íamos a um lugar qualquer onde a pessoa não fosse um de seus compadres. Ele tinha quase trezentos afilhados. Lembro certo dia que chegamos a uma fazenda, fomos atendidos pela mulher, muito receptiva nos convidou desmontar para um cafezinho. Papai justificou com sua pressa e perguntou pelo compadre, teria que tratar negócios com ele. A mulher com sotaque parecido carro de boi vazio em estrada calçada de pedras, e com seu vozeirão de arranco, igual carro de carburador entupido disse: crumprade cê srobre brerano a cieicra, chegra no artro, cê prara o cravralo, iai cê gritra anssim, ôô cruprade jrão! Ele arrespronde õõi! Cê fralra, vem crá! Ele vrem crá, cê fralra qruele ôcri rancê qrué...! Não cai na gargalhada pelo respeito que sempre me conteve desde criânça!

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 27/01/2010
Código do texto: T2053475
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