Tristeza de uns...Alegria de outros...






Hoje recomeçaram as chuvas aqui em nosso pedaço de norte, em cada rosto vê-se a imensidão da alegria, em cada olhar há uma esperança velada de vir chuva mansinha, pra vestir algumas árvores que ainda sofrem com a demora da chuva, pra vingar as flores que já se mostram murchas em ameaça de cair, pra fazer brotar o suculento capim pra’s rezes ossudas que já andam ‘’trocando as pernas’’ a caminho do açude  c'um restinho de água

   
barrenta onde, mesmo assim servem a todos que ali se encostam pr’um golinho ‘’refrescante’’ neste sol escaldante que queima e
seca,

 

fazendo o caipira mais esmorecido a cada dia e, ‘’ele’’, o sol, entristecido, procura e não encontra nenhum floco de nuvem...’’que céu pelado, Meu Deus ! não quero ser ruim não, não quero ser o maior vilão, nem ver apenas caveiras neste pedaço de chão’’ .



E nos parece ansioso pra se esconder no horizonte.

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Numa escola de periferia, de gente humilde e que ainda crê numa força maior movida pela fé, há algumas professoras com fé o bastante para estender aos seus alunos, inclusive repetem a quem desejar ouvir que o sucesso dos seus pequenos se deve em função da devoção a Jesus Misericordioso e todos os dias as 15:00 horas, hora da misericórdia, ouve-se um coro de vozes infantis repetindo as dezenas do terço da misericórdia, é algo de se arrepiar de emoção, pois aprenderam com elas a fazerem os agradecimentos e os pedidos entre uma dezena e outra. Na segunda feira desta semana, todos viram uma professora e todos os seus alunos rezando o terço da misericórdia em pleno sol das 15:00 hs daquele dia, ninguém se lembrou de nada, e todos olharam pr’aquela cena, no mínimo, curiosos – o incrível é que mesmo sem se lembrar ninguém questionou, pois é orientado a todos evitar o sol nesta hora do dia - ‘’o sol a esta hora, não é bom pra saúde’’, ouve-se a todo o tempo este lembrete a alguns pequenos teimosos, que dão o balão no professor e sai as escondidas.
Quando os pequenos fiéis e sua professora voltaram pra sala, após os rituais das orações, ela disse-nos: alguns alunos ouviram em casa qualquer coisa sobre ‘’rezar pra chover’’ e sugeriram, na verdade, exigiram, que devíamos rezar hoje lá fora no sol, pra chamar a chuva, completando, ‘’com fé de criança não se brinca !’’.
Acreditem ou não, quatro dias depois veio a melhor chuva de todos os tempos, e os alunos ? continuam afirmando que foram, em parte, responsáveis em realizar o desejo de tanta gente.




Nos noticiarios, vimos com imensa tristeza, as desgraças que vem com a chuva. Belo Horizonte viveu momentos de verdadeiro horror com chuvas que seriam previstas para um mês inteiro. Isso acontece com alguma freqüência em alguns estados brasileiros. O povo perde tudo, alguns perdem a vida, outros, o único bem que salvam é a própria vida.
Muito poderia ser evitado...
Tudo seria diferente, se o ser humano se respeitasse mais, se amasse mais, se protegesse mais seu habitat.

Em face a tantas situações, resta-nos, a todos, a força da fé e do respeito a nossa casa terra. Evitando tantas queimadas, desmatamentos a perder de vista (enchendo seus cofres de mais dinheiro enquanto diminuem nosso tempo de vida decente); entulhando as ruas, bueiros, córregos  e rios de lixo, usando a revelia o nosso tão precioso meio ambiente, e o que é pior, dando exemplos tristes de devastação as nossas crianças, que por enquanto não percebem o mal que isso causa, mas infelizmente, a medida que crescem aprendem mais e mais tudo que os adultos praticam...

Ainda é tempo de fazermos a nossa parte, protegendo o que ainda resta e ensinando o melhor para os futuros herdeiros desta terra...e não seja tão forte essas diferenças: enquanto a  seca mata em algumas regiões o excesso de chuva desabriga e mata em outras. Talvez nunca seja possivel equilibrar o clima, tampouco as estações, mas pode-se amenizar tanto sofrimento se agir com responsabilidade.    


*  Imagens do google e  de arquivo pessoal

Eny Miranda
Enviado por Eny Miranda em 09/10/2009
Reeditado em 10/10/2009
Código do texto: T1857212
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