Lembranças

Lembro-me até hoje

Do seu olhar perdido na ultima vez que nos vimos

Foi tão dificil acreditar naquela situação

Você, tão sincero

Me olhava daquele jeito

Que só você sabia olhar

Olhava e olhava...

Procurando encontrar forças para falar

Lembro-me, sim

Do seu peito se enchendo de ar

procurando se desembaraçar

Buscando uma saída

Que nos tirasse daquela embaraçosa situação

Lembro-me, claro

De sua boca abrindo-se

Dessa vez

Não para que eu pudesse desfrutar dela

Não para que eu pudesse sentir você

Teu desejo, teu valor!

E algo que eu jamais poderei esquecer:

Aquelas flechas que atirou em mim.

Sim, teve dó e pena

Mas não pode deixar de atirá-las

Era preciso que um de nós saisse ferido

E fui eu...

Seus lábios iam-se movendo

E em mim is atirando flechas

Das quais jamais podiria me esquivar

Palavras que jamais desejei, e pensei, ouvir de você

Mas como não dizê-las se era o que sentia?

Como impedir a sinceridade de um ser?

Foi preciso, eu concordo!

Não o condeno pelas palavras

Tão pouco irei crucificá-lo pela minha dor

Mas em mim o filme esta gravado:

Você me olhava triste, porém seguro

Sugou o ar buscando forças

Com seus doces lábios que um dia eu beijei loucamente

Disse-me:

"Precisamos dar tempo ao tempo!"

Eu apenas ri, desolada!

Dar tempo ao tempo...

Dar tempo ao tempo!

Como?

Vou dar tempo ao tempo para ele

Com seu imenso poder nos separar?

Assim como sepra da rosa a beleza,

Que com o tempo se torna murcha e feia?

Mas eu dei... Eu dei

Mesmo assim agora cansei

Quero reaver o tempo

Quero ter você, te beijar, te abraçar, te sentir, te tocar...

Te amar!!!

Mas o tempo o levou, havia esquecido...

Disso não pude lembrar...

Que só ele e mais ninguém poderá trazê-lo novamente...

Só ele sabe em que confins do futuro te escondeu!

escrito em 07/02/06

Leila Barreto
Enviado por Leila Barreto em 12/02/2006
Reeditado em 18/02/2006
Código do texto: T110771