Amanhã pode ser tarde demais...

Hoje escrevo com o coração triste, recompondo-me, recolhendo o que ficou de lembranças para montar um quadro em minha mente, em meu coração. No dia 09 de abril tive a dor de ver a minha madrinha ir embora, para outro mundo, para outra esfera, para qualquer lugar que as pessoas costumam denominar. Não sei o que é sentir dor, mas sei apenas que “amanhã pode ser tarde demais”....

Por isso, peço minha última bênção madrinha e meu perdão...

Perdão por não ter a visitado mais vezes,

Perdão por não ter parado na sua casa quando passava em frente e a via sentada junto com o padrinho, no fim da tarde, e nesta minha correria louca, não tive tempo para a senhora

Perdão por não ter visitado a senhora no Natal e no Ano Novo, felicitando-a pelo ano que passou e o ano que chegava...

Lembro-me apenas das vezes, criança ainda, me arrumava cedo no domingo, depois que a mãe dizia: Lita, amanhã você vai passar o dia na casa da tua madrinha. Ia, feliz; almoçava, comia doce, via a senhora mexer nas suas plantas, conversávamos sobre coisas tão triviais, mas que para mim, eram tudo...

Lembro-me quando a senhora me visitava, no dia do Natal, e trazia um presente para esta sua afilhada, uma boneca de pano, meu primeiro urso de pelúcia...

Lembro-me da sua voz doce e tranqüila, seus cabelos grisalhos que mais pareciam neve...

Lembro-me da sua serenidade....

Perdão...peço-te apenas perdão....

JD Matos – 10/04/2011 – 17h55

JD Matos
Enviado por JD Matos em 10/04/2011
Reeditado em 22/09/2012
Código do texto: T2900760
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