NONA AULA DE TEOLOGIA.

NONA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

[Nona aula].

Lendo o livro de Jó, percebi que a palavra "Fé" não poderá haver dúvida a acreditar quem é Deus. Percebemos que Jó possuía uma fé inabalável, e incomensurável, tanto em sua vida em opulência como em sofrimentos. Nunca abalou a sua fé em Deus de louvá-Lo e agradecê-Lo. [É bom que se leia o livro de Jó].

Conta o livro de Jó que ele era muito rico e vivia entre os amigos que o exaltavam com honra e admiração, pois era um homem justo. As pessoas que tinham dificuldades em suas vidas, Jó lhes confortava com suas sábias palavras fazendo-os felizes. Ele tinha muitos bens materiais como: bois, jumentas, ovelhas, camelos e bastantes empregados. Tinha sete filhos maravilhosos. [Sete é o número que simboliza a realeza]. Mas, certa vez, Satanás foi se encontrar com Deus e Ele lhe perguntou: "De onde vens tu?" "Andei dando volta no mundo, disse Satanás, e passeando por ele". O Senhor disse-lhe: "Notaste o meu servo Jó? Não há ninguém igual a ele na terra: íntegro, reto, temente a Deus, afastado do mal." Mas Satanás respondeu ao Senhor: "É a troco de nada que Jó teme a Deus? Não cercaste como de uma muralha a sua pessoa, a sua casa e todos os seus bens? Abençoas tudo quanto ele faz e seus rebanhos cobrem toda a região. Mas estende a tua mão e toca em tudo o que ele possui; juro-te que te amaldiçoará na tua face." Pois bem! Respondeu o Senhor. “Tudo o que ele tem está em teu poder; mas não estendas a tua mão contra a tua pessoa." E Satanás saiu da presença do Senhor. (Jó 1, 7-12).

[Não deixe de ler esse livro para compreender melhor a explicação teológica ou perícope]. Conta o livro que Satanás veio e acabou com tudo o que Jó possuía deixando-o na miséria e cheio de lepra maligna, desde a planta dos pés até o alto da cabeça. E Jó tomou um caco de telha para coçar, e assentou-se sobre a cinza. (Jó 2, 7-8). Sua mulher vendo tanto sofrimento ficou revoltada com Jó, porque não reclamava nada de Deus. Seus amigos: Elifaz, Bildad e Eliú fizeram vários discursos de protesto na frente de Jó, pois sabiam eles que Jó não merecia tal sofrimento. “Mas Jó reclamava aos amigos e respondia para eles”: “Aceitamos a felicidade da mão de Deus; não devemos também aceitar a infelicidade”? "Eu sei que o meu redentor está vivo e que por último, se levantará sobre o pó; e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus. Eu mesmo verei, meus olhos o contemplarão, e não os olhos dos outros" (Jó 19, 25-27).

A sua fé nunca abalou e continuou o mesmo Jó perante Deus.

Vamos fazer uma reflexão: Somos cristãos. Lemos a palavra de Deus. Aprendemos nela os ensinamentos de Jesus. Rezamos o Pai nosso: “Seja feita a vossa vontade”... Mas quando nós ficamos ricos de bens materiais e perdemos tudo, procedemos assim como Jó, a ponto de Satanás o admirar da sua fé em Deus? E Satanás falou com Deus que, Jó somente era fervoroso, tinha fé e confiança no Senhor, porque possuía muita riqueza e nunca tinha sofrido nada em sua vida. Então, Deus ordenou a Satanás de tirar todos os bens, as suas riquezas, opulência; e até mesmo os seus filhos e empregados, a sua saúde foi abalada, mas satanás o deixasse vivo. Mas Jó continuou como se fosse rico e não perdesse nada em sua economia tanto material como economia da fé. Esse relato que lemos no livro de Jó quer nos mostrar a nossa fragilidade perante Deus, quando não aceitamos a perda de nossas preciosas riquezas. Somos e procedemos como Jó? Fortes como Jó e não ficamos revoltados, estressados e depressivos? Será? Esse livro de Jó é um livro didático e etiológico “com narração da sabedoria tradicional, a teologia tradicional”. O livro mostra a ideia nossa que Deus castiga o pecador a sofrer para pagar os erros ou pecados cometidos. E os justos não sofrem e terão morte sem sofrimentos, o que não é verdade. Aprendemos errado em entender que Deus age assim e que Deus é assim. Mas não é certo e verdadeiro o nosso julgamento e interpretação. Tanto o justo como o injusto sofrem como Jó. O livro nos mostra essa realidade simbolizando a vida do profeta Jó. O livro ensina a não perdermos a fé e a confiança em Deus, mesmo nos sofrimentos. Jó não perdeu a fé e nem a confiança em Deus. Continuou vivendo sem saúde, na miséria, mas a sua fé era inabalável. É um livro didático-catequético que nos ensina ser firme na fé e nos valores que Deus nos doou através de seu Filho Jesus. Jó, nessa confiança e nos seus sofrimentos, não perdeu a fé embora se lamentasse a ponto de maldizer o dia em que nasceu. Mas a esperança em Deus sempre ficou firme e com muita fé. O que poderemos dizer de nossa fé perante essa situação em que passou Jó? É igual a de Jó ou é vulnerável? E o que é fé para nós cristãos? É viver cheio de graças e nunca agradecer a Deus? É receber os talentos e esconder não dando frutos? Ou fracassar em nossos negócios econômicos e revoltar-se, não dizendo como Jó? “Aceitamos a felicidade da mão de Deus; não devemos também aceitar a infelicidade?” Como é o nosso procedimento diante dessa situação, que nos conta o livro de Jó? Quem é esse homem, essa figura chamada Jó? Eu creio piamente que o livro de Jó está nos ensinando o que é fé e confiança em Deus. Sentir a presença de Deus em si mesma e nas coisas criadas por Ele, principalmente ao irmão excluído do convívio social. Mesmo nos fracassos e sofrimentos devemos ser como Jó: Confiante em Deus. Não poderá o cristão ter uma fé ingênua, que na hora do fracasso ela acaba e acaba em desespero e depressão. Desaparece, pois não sabe que é nos sofrimentos é que nós nos tornamos fortes. E é nos sofrimentos que Deus sempre está presente. Parece-nos que Deus nos abandonou, quando nos chegam os sofrimentos; assim é que Deus está sempre presente nos sofrimentos e fracassos para depois de provado vem a bonança.

O livro nos mostra que, “se Jó sofre é porque merece. Deus vinga-se somente dos maus e não dos bons como Jó”. Mas isso é o pensamento dos amigos de Jó, e dos que são fundamentalistas; também para muitos de nós cristãos que acreditamos que Deus castiga os maus e os bons ele ampara. Não é verdade, pois os bons sofrem como Jó; Jesus também sofreu e os seus santos apóstolos. Esse livro de Jó nos ensina que Jó, “através da luta com Deus dentro de si mesmo, é semelhante a de Jacó que lutou com Deus”. Aprendamos a viver como Jó e como Jacó, que lutaram dentro de si mesmo para provar o amor de Deus e a sua misericórdia. Cada um de nós tem esse Deus dentro de nós e é preciso que lutemos dentro de nós mesmos para descobrir a mística Dele escondido; e somente pela fé é que enxergamos a Sua presença e a sua misericórdia. É isso que o livro está mostrando para todos nós. Na amizade com Deus a gente aprende a agradecer e louvar a Deus; quer nos sofrimentos, quer na opulência. Jó é a figura simbólica de Jesus, pois em seus sofrimentos não soubera queixar-se de nada, mas fazer a vontade do Pai. Jesus nos ensinou a viver como Ele viveu. Não poderemos perder a fé, pois somente ela, a fé, é que saberemos agradar e agradecer a Deus pelos bens recebidos e tirados: "Deus me deu, Deus tirou, seja louvado o nome de Deus." O livro, no final da história de Jó, afirma que Deus tornou a dar a Jó tudo o que ele possuía antes. Voltou a ser rico materialmente [ele já era espiritualmente] e com boa saúde. "Satanás fracassou com o seu atrevimento, pois não conhecia Jó." Assim também, Satanás não nos conhece, pois, a fé é um dom de Deus, está enraizada no nosso coração misteriosamente, que somente Deus sabe. Só Deus conhece os nossos pensamentos. A minha fé não posso passar para ninguém, mesmo que eu queira, pois pertence a mim mesmo. Por isso é importante ter fé em Deus praticando o bem e a justiça. A caridade encobre milhões de pecados. Porque a caridade é AMOR Ágape. Vejamos um grande exemplo de Paulo: “Meu ardente desejo e minha esperança são que em nada serei confundido, mas que, hoje como sempre, Cristo será glorificado, quer pela minha vida quer pela minha morte. Porque para mim o viver é Cristo e morrer é lucro”. [Fil 1, 20-21]. Leia os Atos dos Apóstolos para conhecer a vida de Paulo para pregar o evangelho.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 07/06/2013
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