TRIGÉSIMA QUINTA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

Depois que Jesus curou o paralítico no dia de sábado, os judeus sempre procuravam algo para o condenarem. [Interessante a atitude dos religiosos doutores da lei, pois violavam a lei mosaica que proibia matar]. Eles sendo doutores da lei, homens cultos, quando ouviram o discurso erudito de Jesus perguntaram: “Este homem não fez estudos. Donde lhe vem, pois, este conhecimento das escrituras?” Respondeu-lhes Jesus: “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou”. [Jo 7, 14-16]. A sabedoria de Jesus não é dos homens e sim de Deus. Do mesmo Deus que eles acreditavam: Javé. Por isso é que dizemos que a Bíblia é o conjunto de livros sagrados e inspirados por Deus; é a palavra de Deus ensinada por Jesus. Jesus mostra para os fariseus e escribas, doutores da lei que ele veio do Pai; foi do Pai que ele recebeu a sabedoria. A sua sabedoria é do céu, não é da terra. É lá do alto. Com o seu poder de ser um verdadeiro taumaturgo [Aquele que faz milagre] esse poder veio do céu, pois, Ele é o pão que desceu do céu. O pão é a palavra, a sabedoria e o alimento espiritual: Eucaristia. Lemos no evangelho de João: “E o verbo se fez carne e habitou entre nós.” [Jo 1,14]. Jesus é o verbo, isto é, a palavra, a sabedoria, a comunicação a libertação, a vida eterna. Quem não sabe conjugar os verbos e suas flexões e complementos verbais, tanto os regulares como os irregulares não sabe comunicar e nem escrever. É o que o relato de João quer nos ensinar que Jesus é a comunicação do Pai à humanidade: Quem não vive a palavra e nem entende é difícil seguir a Jesus e fazer a vontade de Deus. Só que o “Verbo” aqui nesse relato, é o “Logos” e o logos é Jesus. Não se trata de verbo que flexiona gramaticalmente, mas a palavra que liberta e dá vida plena.

João escreveu seu evangelho fazendo uma verdadeira catequese e uma metodologia de ensinamentos doutrinários bem profundos a mostrar aos leitores cristãos e seguidores de Jesus quem é Deus e o que é ter fé em Deus e em Jesus Cristo. João não se preocupa com a sabedoria humana e ensinamentos humanos; a maioria dos milagres não é cura biológica e sim vida espiritual para viver a espiritualidade. Houve muito cego que Jesus o curou, mas a maioria não foi cura biológica, mas a cura da cegueira espiritual. João escreve seu evangelho com uma teologia alta relatando a presença de Deus no próprio Jesus: “Meu Pai continua a trabalhar e não cessa de trabalhar”. E ele afirma: “Meu Pai continua agindo e eu também”. E Jesus continua a afirmar para os judeus, que ele age com o Pai, porque o Pai age nele. Não faço o que quero, mas o que meu Pai quer. Pois o Pai ama o filho e tudo deu ao filho o puder de julgar. O Pai ressuscita os mortos e o filho dá a vida a quem ele quer. [Vida após a morte]. Aquele que não honra o filho não honra o Pai. Mostra a realeza, uma cristologia teológica de alto nível, pois, relata que Jesus é Deus verdadeiro de Deus verdadeiro. Jesus possui duas naturezas: Divina e humana: [União hipostática]. Quem vê o Pai vê Jesus, pois ambos é a mesma pessoa. [Nisso entendemos que Jesus em espírito agia nos profetas]. Eis a diferença do evangelho joanino aos sinóticos. [Sinóticos são os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, porque têm semelhanças entre si]. Os sinóticos não dizem que Jesus é Deus, somente João que afirma esta realeza de Jesus sendo o Sacerdote do Altíssimo conforme a ordem de Melquisedeque. Melquisedeque é o símbolo real de Jesus, já no Antigo Testamento. Ele é que age por meio dos profetas. Todos os milagres e prodígios realizados pelos profetas era Jesus que atuava neles. [Teologúmeno]. Essa palavra significa que Jesus estava sempre presente desde Abraão, Moisés e os profetas. Por isso o credo constantinopolitano reza: “Foi ele que falou pelos profetas”... Moisés com a sua vara bate na rocha e ela jorra água com abundância para saciar a sedo do povo hebreu. São Paulo afirma em uma epístola que essa rocha era Jesus. Peço-lhe que imprima.

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