TTRIGÉSIMA OITAVA AULA DE TEOLOGIA.

TRIGÉSIMA OITAVA AULA DE TEOLOGIA

POR HONORATO RIBEIRO.

Jesus se encarnou sendo humano para valorizar todo ser humano. O Emanuel, Messias, o Cristo, o Deus conosco, se incorporou sendo homem, a fim de trazer o Projeto do Pai para a salvação da humanidade. [O Filho do Homem, isto é, de Adão, de barro]. Mas ele procedeu do Pai, veio do céu. Ao inaugurar o Reino dos Céus, no coração de cada um de nós, amou-nos tanto que se deu a própria vida para a salvação da humanidade. Veio para os seus, mas estes não o reconheceram como o Messias, por isso o acusaram à maior sentença de morte entregando ao governador Pôncio Pilatos, a fim de que ele o condenasse à morte de cruz. Pilatos fez tudo para que Jesus não fosse condenado. Pilatos sendo um romano pagão não encontrou nada para que pudesse o condenar; entretanto, ao ouvir a ameaça que ele poderia ser deposto do poder, ele se enfraqueceu. A condenação de Jesus foi uma sentença oficial? Foi regular ou irregular? Os historiadores não acharam a resposta nos anais de Roma. Não se sabem. Na acusação contra Jesus, Pilatos reconheceu a inocência dele. Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, sua mulher lhe mandou dizer: “Nada faça a esse “justo”. Fui hoje atormentada por um sonho [Cultura do povo antigo], que lhe diz respeito”. Aqui, a mulher de Pilatos, como conta a tradição histórica, que muitas mulheres romanas da elite se posicionavam ao lado dos judeus; e muitas delas aderiram ao cristianismo. Esse sonho da esposa de Pilatos é mais uma lenda do que mesmo a interferência dela junto a Pilatos afirmando-lhe que tivera um sonho com o justo. [Na Bíblia encontramos muitos relatos de sonho. Era a cultura e a cresça do povo, tanto monoteístas como politeístas].

Pilatos foi ameaçado de perder o poder político ao ouvir a chantagem que a multidão em grito disse-lhe: “Se o soltares, não és amigo do imperador, porque todo aquele que se faz rei se declara contra o imperador.“ E Pilatos afirma: “Queres condenar o teu rei?” E os sumos sacerdotes responderam: “Não temos outro rei senão César!” [rei pagão]. Pilatos, então compreendeu que estava entre a cruz e a espada. Ou entregaria Jesus condenando-O à morte de cruz ou, se inocentasse, seria denunciado ao rei César e seria deposto do trono de governador. Escolheu o poder terrestre à salvação, condenando o Rei do Reino dos céus. [Aqui, obviamente mostra nesse relato a verdadeira política de interesse pessoal. Um jogo de cintura, pois, eram inimigos: Judeus e romanos. É assim que agem os políticos também]. O Evangelho diz que Pôncio Pilatos era governador, mas, na realidade, ele era prefeito e não governador. Hoje se sabe pela história dos Césares e do poder romano que Pilatos era prefeito e não governador como afirma os evangelhos. Os evangelhos são escritos literário-teológico e os evangelistas não estavam preocupados em relatos jornalísticos e nem posição política, mas como autoridade romana. Nesses relatos há muitas simbologias e cheios de metáforas e figuras midráxicas. Quem escreveu os evangelhos não estavam preocupados em provar fatos históricos científicos, no caso de Pilatos. Para o relator da história da condenação de Jesus, seja governador ou prefeito, não importa. Importa, pois, tratar-se de uma autoridade romana que deu a sentença de morte a Jesus. Os religiosos não tinham poderes de condenar à morte de Cruz; só o poder romano era quem tinha. Os judeus só tinham o poder de matar apedrejado; mas como não acharam nenhum ato de violação por parte de Jesus não poderiam matá-lo apedrejado, por isso recorreram com falsas testemunhas para o governador dar a sentença de morte de cruz a Jesus.

Pilatos vendo que Jesus era inocente pediu uma bacia com água e disse: “Sou inocente do “sangue” deste homem”. Questionam os exegetas: “Sendo Pilatos um romano e pagão, como é que ele faz uma citação do livro do Deuteronômio?” (Dt. 21, 6-8). [É bom que leia o capítulo entre parênteses para entender melhor o relato bíblico]. Aqui Mateus faz um paralelismo tirado do Antigo Testamento e colocou-o na boca de Pilatos. É mais uma dramatização de Mateus do que ação de Pilatos lavando as mãos, ainda mais que ele era romano pagão não iria pronunciar textos da Sagrada Escritura. Mateus escreveu a Paixão de Jesus Cristo numa forma de catequese, pois, tanto a personagem de traidor, como a negação de Pedro, são relatos catequéticos. Quando prenderam Jesus levaram-no para ser interrogados pelo sumo sacerdote e religiosos. Ninguém poderia entrar naquele recinto para ouvir de Caifás suas interrogações, como: Tu és o filho de Deus? Jesus respondeu: “Tu disseste”. Que quis dizer Jesus com essa resposta? Tu serás responsável o que irá fazer contra mim. E de fato, pagaram todos e todos foram destruídos pelo poder romano. Muitos relatos da Paixão foram copiados de Isaias dos traidores do rei Davi e no livro dos Macabeus. São relatos de um paralelismo em forma de catequese. Os maus-tratos de bofetadas, cuspirem em seu rosto e dando-lhe bofetadas. Aqui são relatos de uma pastoral e catequese, pois, estava se organizando as comunidades e formando-se os primeiros cristãos. Quando ele escreveu seu o evangelho, Pedro já tinha morrido, bem como Judas.

Há um dos evangelhos apócrifos que diz que Pôncio Pilatos se arrependeu e converteu-se ao cristianismo. Mas esses evangelhos não são oficiais. São apócrifos sem aprovação da Igreja no Concílio de Trento. Mas agora, várias igrejas cristãs estão aceitando esses evangelhos apócrifos e estão imprimindo em editoras religiosas para a venda ao público leitor. A Igreja ortodoxa católica há muitos anos que adota e aceita esses livros apócrifos. São mais ou menos oitenta evangelhos apócrifos.

Os exegetas e estudiosos teólogos afirmam que Judas jamais traiu a Jesus. [Estamos estudando teologia e não homilia]. Vamos explicar pormenorizadamente a questão de Judas em outros capítulos.

Há um trecho nos Atos dos Apóstolos que diz: que Judas adquirira um campo comprado com o salário de seu crime. Depois, tombando para frente, arrebentou-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram. Nos Atos dos Apóstolos não diz que Judas suicidou-se. Nesse relato, parece-nos que é lenda ou folclore esse trecho. “Papias escreveu que Judas saiu cheio de remorso e lhe atacou uma hidropisia inchou-se todo e caindo-o no chão se arrebentou todo morrendo.”

Os cristãos rejeitaram Judas, para que fosse excluído do convívio da comunidade por ter vendido o Mestre. [Relato afirmando que ele não morreu suicidado e nem morreu se espatifando no chão]. Com esse relato dá para se compreender que não houve enforcamento de Judas, mas um remorso de consciência que simbolicamente os trechos são antagônicos, mas dá um sentido de que ele ficou arruinado psiquicamente. “Um relato um pouco confuso, pois, ninguém cai debruço para se partir em duas partes. É impossível ter acontecido esse episódio.” É mais uma lenda de que um conteúdo etiológico-teológico ou histórico. Os exegetas explicam que esse relato todo afirmando que Judas foi o traidor foi escrito muitos anos depois da morte de Jesus. As comunidades se organizavam num verdadeiro cristianismo puro e sem sincretismo religioso. Não havia ainda igreja clerical. [Instituições religiosas]. Entretanto já estavam havendo alguns, por medo de morrer querendo trair as comunidades em não seguir as normas de vida cristã, traiam; e outros delatavam às autoridades contra os cristãos. O relato foi uma forma de não haver traidores. Colocaram o nome de Judas por ser conhecido de todos os cristãos como simbolizando quem os traia. [Aqui é uma pastoral e uma catequese]. Peço-lhe que imprima.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 08/07/2013
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