TRIGÉSIMA NONA AULA DE TEOLOGIA.

TRIGÉSIMA NONA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO

Já foi explicado acima, mas a narração evangélica continua para melhor entendimento.

Os príncipes dos sacerdotes tomaram o dinheiro e disseram: “Não é permitido lançá-lo no tesouro sagrado, porque se trata de preço de “sangue”. Mais uma vez é mencionada a palavra “sangue”. Sangue de quem? De Judas que se espatifou no chão e partiu-se em duas partes e se espalhou o seu sangue por todo local da queda? Ou o sangue derramado na cruz? Nesse episódio, Jesus não havia sido ainda crucificado e nem derramado o seu sangue em remissão dos pecados da humanidade. Que sangue se refere os que tinham recebido de volta as trinta moedas de prata, que Judas, ao se arrepender, jogou no chão aos pés dos sacerdotes e anciãos? Eu acredito que se referiu ao sangue de Jesus, pois, para isso eles compraram por trinta moedas e não quiseram desfazer-se do negócio, mas não decidiram não ficar com o dinheiro e, com as trinta moedas de prata compraram um campo para enterrar os estrangeiros. E esse campo do Oleiro significa: “Campo de sangue”. Esse relato é referência a do profeta Jeremias predisse esse acontecimento. Parece-nos um paralelismo de Mateus citando o profeta Jeremias nesse relato. Não houve esse drama todo nos quatro evangelhos, mas uma forma de catequese à nova comunidade com uma pastoral da fé. Como uma forma de pedagogia, afirmam que Pedro negou a Jesus, mas Pedro está simbolizando a todos, pois fugiram todos e Jesus ficou sozinho; morreu sozinho abandonado pela mãe, discípulos e amigos. [Pai, por que me abandonastes!].

Mateus afirma que os culpados da condenação de Jesus não foi Pilatos, nem Judas, mas sim os judeus. E eles afirmam até hoje que foram eles mesmos.

A comunidade de Mateus baseou-se em Marcos, que foi o primeiro evangelho escrito. Lucas também baseou-se em Marcos, embora sendo seus escritos numa visão teológica e mais difícil de ser entendida. O evangelho de Lucas é o evangelho da misericórdia.

Com a morte de Jesus houve a morte da morte, isto é, Jesus destruiu a morte ressuscitando. Jesus nos mostra a arte de morrer, se entregando a si mesmo para a remissão de todos nossos pecados.

Desceu a mansão dos mortos, isto é, a sepultura, primeiro e depois, gloriosamente ressuscitou. Após a sua ressurreição ele se apresentou aos apóstolos e comeu com eles e ficou ainda com eles cerca de quarenta dias. Aqui está um relato da realeza de Jesus, na eucaristia, após a sua morte e ressurreição, pois, só aparecia aos apóstolos na hora da fração do pão. Foi assim com os discípulos de Emaús também; que só o reconheceram quando abençoou o pão e os deu para comer. Quem nos conta essa passagem é Lucas no seu evangelho e nos Atos dos Apóstolos. (Lc. 24, 38-43). Após os quarenta dias Ele se ascendeu aos céus. Se Jesus não tivesse morrido, toda a humanidade estaria condenada à morte eterna. Por isso é que Ele ao ressuscitar, deu-nos vida eterna e o maior presente sermos filhos de Deus e co-herdeiro dos céus, pois antes, todos estavam condenados à morte eterna. Agora temos “a vida direta” [a vida em Deus] não é conhecida, é invisível, é impossível neste mundo conhecer a mística de Jesus ressuscitado. “Todas as coisas deste mundo dos homens, a materialidade, as realidades e os objetivos, “isto” ou “aquilo”, “aqui” e “acolá” “assim e assim” são mundaneidades endesaudas ou dividade mundanizada”. Porque somos atraídos pelo poder deste mundo, fora da realidade dos valores do Reino do céu.

A maioria dos exegetas afirma numa lógica e historicidade sobre as três personagens: Pedro, Judas e Tomé; os três foram apóstolos de Jesus. [Aqui, pois, explicaremos o que os exegetas e teólogos explicam numa visão teológica e fazendo-se uma historicidade deles, o que realmente o relato narrados pelos evangelistas que os três apóstolos representam simbolicamente]. O primeiro, Pedro, afirmou que não conhecia a Jesus negando-o. O segundo, Judas, o traiu e o terceiro, Tomé, duvidou que Jesus houvesse ressuscitado. Essa é a narração dos evangelhos. Pergunta dos exegetas: “Como é que Jesus sendo um homem mais inteligente, mais sábio do mundo e sendo o Filho de Deus e Deus verdadeiro como afirma o evangelista João, a Sabedoria, o “Logos” iria convidar para serem seus discípulos Pedro, um negador; Judas um traidor e Tomé um incrédulo?” Um covarde, o outro traidor e o outro descrente? Jamais Jesus iria tê-los como seus discípulos. Pedro foi o apóstolo que deu testemunho de Jesus com coragem a tal ponto de ser morto pelo rei tirano de Roma, Nero, que o mandou crucificar. Seria impossível dado a sua eloquência e sabedoria divina, o Logos, convidá-los para serem os seus apóstolos. Paulo nas suas cartas chama Pedro de líder dos apóstolos; em nenhuma carta de Paulo ele afirmasse que Pedro negou que não conhecia a Jesus. Se o evangelho relata que Jesus disse: “Eu e o Pai somos um só”. [Teologúmeno]. Esse é um relato etiológico-teológico catequético, que os evangelhos relatam sobre os três apóstolos, a fim de que não houvesse, na comunidade cristã, tipo de gente como relatam os evangelistas sobre os três personagens. Nada disso aconteceu. Jamais aconteceu uma coisa dessa as ações dos três apóstolos o que narram os evangelhos sobre as atitudes deles. É um relato catequético-teológico; não se pode ser entendido ao pé da letra. Aqui, onde se ler essa passagem dos três apóstolos, não se poderá ler e crer como notícia jornalística, mas teologia, etiologia e catequese. Simplesmente é uma forma de “pastoral”. Bem melhor dizer uma “pastoral”, pois estava nascendo o cristianismo e não poderia ser uma comunidade de faz de conta. Sim, pois as perseguições eram muitas e muitos foram assassinados pelo poder de Roma. Muitos dos cristãos por medo das barbaridades que faziam contra eles; houve muitos que se suicidaram. Não suportaram as maldades dos reis de Roma. Outros aderiram ao rei romano. Os relatos dos três é uma catequese para não haver entre os cristãos essas atitudes negativas. Ainda mais que Jesus pergunta a Pedro por três vezes: Simão Pedro, tu me amas?” Respondeu Pedro: Sim, Mestre eu te amo e vós sabeis disso. “Então apascenta as minhas ovelhas”. Como é que Jesus lhe confiando uma missão importantíssima e não sabia quem era Pedro? Um covarde, medroso e negando-O? Aqui esta óbvio que o relato é uma pastoral; uma catequese aos cristãos para sustentar a fé em Cristo. Quem escreve recebe inspiração divina e não se preocupa com dados aferíveis, mas faz um relato com metáforas, texto midraxe e enfeitam com figuras fictícias e simbólicas. Ninguém poderá ler ao pé da letra os relatos escritos e contidos na Bíblia. Terá que ter em mãos um livro de hermenêutica e outro o dicionário bíblico, pois os evangelhos foram escritos na língua grega, passado para a Vulgata e depois para as demais línguas. É até perigoso de quem não tem conhecimento hermenêutica querer ler a Bíblia e fazer interpretação individual.

Peço-lhe que imprima.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 09/07/2013
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