QUADRAGÉSIMA AULA DE TEOLOGIA.

QUADRAGÉSIMA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

Agora vamos explicar o que os evangelhos relataram sobre os três apóstolos: Pedro, Judas e Tomé. Os cristãos do primeiro séculos até o quarto não assumiram a vida de cristão por causa dos milagres que Jesus operava. Seguiam-no pela porta estreita na direção do Calvário. Viviam a Paixão de Cristo e dando testemunho de vida enfrentando mortes atrozes. [Os artistas pintores e estatuários, escultores colaboraram muito com suas obras catequéticas mostrando-nos os sofrimentos de Jesus e de Maria, a mãe das dores nas suas belas artes de pintar e de esculpir]. O que é a Bíblia para nós os letrados, as imagens são a Bíblia para os não letrados. Não deixam de ser uma verdadeira catequese e pedagogia e uma cultura religiosa em forma de catequese. A arte do visível são as imagens do real, isto é, dos que foram arautos dos evangelhos. [Não figuras de mitos, mas figuras místicas, principalmente a de Jesus].

Uma das condenações feitas pelos judeus contra Jesus é que ele afirmava que ele e o Pai eram a mesma pessoa. [Jo 10, 30]. E afirmava ser o pão descido do céu. Curava em dia de sábado, realizava curas de cegos de nascença e até mortos, no caso de Lázaro, sair do sepulcro e voltar à vida natural. Como também entrar nos privilégios de Deus, corrigir a Moisés, ser o senhor do sábado, afirmar e provocar incidência no sábado; fez um discurso fortíssimo contra o templo. O povo vivia da economia do templo em 70% deles. Essas foram realmente o ponto chave para o condenarem à morte de cruz.

Como os cristãos enfrentavam muitas adversidades, no meio deles já estava havendo muitos traidores no meio da comunidade cristã simplesmente com medo de serem mortos. Por isso é que os evangelhos narram: um traidor de Jesus colocando o nome de Judas, que já era conhecido por toda comunidade. Não importa nome, mas o que de fato estava acontecendo no meio da comunidade alguns traidores; negadores, Pedro, e o descrente e incrédulo, Tomé. Os seus nomes por serem bastante conhecidos pela comunidade são pontos de referência. [Usou-se uma metonímia]. [Aqui nesse relato dos três apóstolos são apenas uma etiologia catequética aos cristãos]. Quando Mateus escreveu seu evangelho, havia muitas guerras, mortes, terremotos e perseguições aos cristãos. O imperador Deocleciano fez tudo para desaparecer por completo o cristianismo. Portanto há de se compreender a maneira como foi escrito esses evangelhos cheio de figuras de estilo e muitas metáforas. É um relato mostrando a economia da fé. Fé sem aprovação dos sofrimentos, principalmente carregar a cruz da Paixão, é fé vulnerável carregada de medo e de respeito humano e traição, negação e dúvida da ressurreição.

A ressurreição de Jesus é um grande mistério e nenhum teólogo e exegeta sabe explicar como fora a sua ressurreição. É mistério que será compreendido apenas pela fé. Aí entramos na mística da ressurreição. Paulo, na sua primeira epístola aos coríntios afirma que nós ao morrermos receberemos um corpo espiritual. Não dá para entender a sua teologia ao explicar como é a nossa ressurreição. Se é espírito como pode um espírito transformar num corpo celestial? Espírito é espírito [sopro], e corpo é corpo. [matéria]. Um é invisível, é sopro, é vento; o outro é matéria visível, que pode ser tocada e apalpada. Paulo não achando uma palavra exata para explicar como é a nossa ressurreição usou esta linguagem desta maneira etiológica: “Corpo espiritual”. Mas na realidade tudo é mistério que somente pela nossa fé acreditamos na ressurreição e na vida eterna continuemos vivos ao lado de Jesus, o Salvador da humanidade. Esse relato é uma catequese aos que estavam sendo preparados como catecúmenos, a fim de que pudessem participar da comunidade cristã sem ignorar sobre a doutrina e valores deixada por Jesus. É uma doutrina para nós também sermos firmes em tudo para proclamar o evangelho, ora anunciando ora denunciando com coragem e com as experiências dos primeiros cristãos. Com essa experiência é que nós batizados em Cristo nos transformamos em discípulos apóstolos de Jesus. Como havia muitas perseguições e derramamento de sangue por parte dos romanos, judeus e pagãos, muitos abandonaram a fé e cometeram apostasia. Esses de fato são simbolicamente: Pedro que negou, Judas que traiu e Tomé que desacreditou no Cristo ressuscitado. Até em nossos dias existem assas três personagens em se dizendo cristãos católicos. Em sendo discípulos missionário, parece-nos que em tempo do Golpe Militar houve mais profetas que deram testemunho de sua fé do que hoje, no século XXI. Está desaparecendo o profetismo e o testemunho a ser cristão de verdade e ação. Cristão da Paixão e não cristão atrás de milagres patológicos.

Na Idade Média que fez essa narração em alegoria, principalmente a da vida de Judas como traidor. Por causa disso o nome de Judas se estendeu no Ocidente inteiro como o traidor do Mestre. Mas a teologia progrediu, e se evoluiu e chegou a um estudo mais eficaz e mais cristológico do que na Idade Média e, até mesmo a teologia de cem anos atrás não é a mesma de hoje. Hoje é mais evoluída e mais transparente dentro da evolução do mundo de hoje. Peço-lhe que imprima.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 10/07/2013
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