QUADRAGÉSIMA PRIMEIRA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

É muito importante para os cristãos católicos, quando lerem os evangelhos perceberão a narração dos quatros evangelistas, bem como o apóstolo Paulo a mesma afirmação que Jesus é o pão eucarístico. Não há diferença nenhum ao se referir e narrar a Santa Ceia. Vejamos primeiro Mateus: “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: “Tomai e comei, isto é o meu corpo.” Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: “Bebei dele todos, porque isto é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança derramado por muitos homens em remissão dos pecados”. [Mt 26, 26-29]. E Paulo em primeiro coríntios escreve: “E o pão, que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo? “Uma vez que há um único pão, nós, embora sendo muitos, formamos um corpo, porque todos nós comungamos do mesmo pão.” [ICor 11,23-27].

Desde o primeiro século que os cristãos celebravam esse ritual eucarístico. Nesse rito relembra a redenção do Calvário; sacrifício cruento. Jesus se dando a vida para a salvação da humanidade. Eis o cordeiro imolado que na Aliança com o Pai se deu em alimento como o pão da vida. É essa a narração de João: “Eu sou o pão que desceu do céu. “Quem come desse pão viverá eternamente.” Marcos narra com a mesma precisão. [Mc 14, 22-25]. Lucas também relata o que Jesus disse na celebração da ceia. [Lc 22, 17-20]. Na celebração eucarística [Missa], o sacrifício é o mesmo do calvário, porém, é um sacrifício incruento, pois, é Jesus o holocausto imolado, o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo em espécie de pão e de vinho. Somente Jesus é que se entrega ao Pai esse sacrifício em remissão dos pecados. Esse rito sacramental eucarístico não poderá ser ofertado para outras pessoas, [Tradição da igreja em sufrágios das almas e louvor aos santos], pois, é Ele, Jesus o único a ser imolado em sacrifício incruento sobre o altar ofertando ao Pai para remissão dos pecados da humanidade. Esse sacrifício não poderá ser individual, pois, Jesus se dá em transubstanciação sendo ele o holocausto para a salvação de todos e não é louvor a santo e nem a sufrágio de sétimo dia como a gente aprendeu. O sacrifício do altar é o Novo Calvário; o pão se transforma em seu corpo e o vinho se transforma em seu sangue, o sangue da Nova e Eterna Aliança. Aqui está o centro, o ritual mais sagrado e mais autêntico para os cristãos: Celebração eucarística. Não é um simbolismo, mas uma realidade dogmática; uma mística a presença real de Jesus vivo de corpo e alma. [Dogma de fé]. Não é mais o “maná” que alimentou o povo no deserto. Mas quem come desse pão não morrerá, mas terá a vida eterna. “Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede”. [Não se pode entender como coisas matérias para o alimento biológico]. [Jo 6, 35]. Aqui está uma autêntica afirmação de Jesus para todos nós que comungamos do pão da palavra, do pão da sabedoria e do pão eucarístico. Veja o que narra Paulo na sua primeira epístola aos coríntios “Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: “isso é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isso em memória de mim. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: “Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim.” Paulo celebrou essa ceia para a sua comunidade de coríntio [Comunidade pagã que se converteu ao cristianismo] e fez uma exortação fantástica. Veja o que ele escreveu: “Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável [réu] do corpo e do sangue do Senhor.” [A doutrina é pura dentro de uma visão espiritual].

Será que os católicos ao receber a comunhão sabem o que estão fazendo? Tem consciência de que aquele pão eucarístico [a hóstia] é realmente o corpo do Senhor Jesus? Ou são uns verdadeiros comedores de hóstias sem saber o que estão comendo?. “Há muita gente que coloca a hóstia na boca e engole, mas não comunga; apenas um comedor de hóstia por não entender nada do que está participando; sem vivência nenhuma”. [Pe. Fernando Cardoso, Dr em teologia].

Vão à igreja e se dobram o joelho para uma imagem, mas ignoram Jesus presente no sacrário e ao lado deste a luz vermelha indicando a presença real de Jesus no pão eucarístico. Poucos têm essa consciência cristã no Cristo eucarístico. Diz o padre Fernando Cardoso: “Os protestantes aboliram essa realeza de Jesus na eucaristia. Tem-na como apenas simbolismo. Por isso eles não têm o sacerdote para essa celebração eucarística. Eliminou um e forçosamente o outro, o sacerdote, que realiza a celebração da Santa Ceia.” A celebração eucarística, a santa ceia, é a transformação do pão em seu corpo e o vinho em seu sangue. Isso eles deixaram de celebrar, mas fazem o culto apenas e nada mais. Se muitos dos católicos que deixaram de ser católicos para serem evangélicos tivessem a consciência de Jesus na eucaristia, não deixariam de ser católicos, jamais. Saíram por não saberem o que é a celebração eucarística; eram, apenas, comedores de hóstias como afirmou o padre Fernando Cardoso com toda razão.

Realmente, na maioria dos católicos, são uns verdadeiros cegos sobre a doutrina e a liturgia da Igreja primitiva que começou desde o século primeiro até hoje a mesma celebração eucarística. As outras igrejas cristãs, a protestante, não têm duas coisas riquíssimas da Igreja primitiva: A eucaristia e o sacerdote, isto é, o presbítero. [Padre]. Veja o que Paulo ainda adverte: “Que cada um examine a si mesmo, e assim come desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação”. [1Cor 11, 23-29]. Distinguir, isto é, pão eucarístico do pão alimento biológico. Assim deva ser o vinho também, o sacramento da consagração. Aqui é linguagem que veio do céu. Não é desse mundo carnal. Mundo material.

Que bela catequese Paulo fala para todos os comungantes e todos os cristãos! Quem comunga está preparado? Tem consciência do que é realmente a comunhão? O que significa, pois, a celebração eucarística? Tem certeza o que significa o corpo, sangue e divindade de Jesus Cristo na hóstia ou apenas é um comedor de hóstia? Aqui se trata de vida espiritual, Reino dos céus; não podemos ser ritualistas e nem cristãos folclóricos ou pagadores de promessa. Comungamos em comunhão com Cristo e com a comunidade numa vivência de irmãos.

O Concílio Ecumênico Vaticano II afirmou para todos os cristãos que a EUCARISTIA é a mais rica, mais importante ação de um cristão em adorar, pois, quem adora Jesus no sacrário está comungando e em comunhão com Cristo, com a Igreja e a comunidade. O sacrário é onde fica, constantemente para adoração, Jesus eucarístico, nisso faz-se, também o cristão a verdadeira comunhão. Para se agir como comungante do Santíssimo Sacramento é preciso que haja fé na Paixão, morte, ressurreição e ascensão do Cristo eucarístico que foi imolado no altar ao celebrar com a comunidade o presbítero a Santa Ceia Eucarística. Não se poderá, após a celebração eucarística, fazer movimento de louvou e de comemoração a alguém que fez aniversário. Tira completamente o sentido real e glorioso do Cristo imolado como cordeiro pascal. Parabenizar alguém após a celebração eucarística, cantando parabéns e batendo palmas, é fugir da realidade ritual da celebração. A igreja não é salão de festa humana, mas a nave para depositar as nossas fraquezas e os nossos pecados, pois, antigamente, na antiga lei, se imolava um cordeiro para expiação dos pecados. Agora não precisa mais, pois o cordeiro imolado é o próprio Jesus no altar como vítima de expiação para toda a humanidade. Se não entenderem isso, é melhor não ser mais cristão. Outra coisa: a Igreja Católica Apostólica nunca ensinou esse tipo de atitude. [Vejam a celebração eucarística no Vaticano]. Peço-lhe que imprima.

hagaribeiro.