QUADRAGÉSIMA QUINTA AULA DE TEOLOGIA.

QUADRAGÉSIMA QUINTA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

Muita gente hoje, embora participe assiduamente das celebrações eucarísticas, mas se torna como Nicodemos, e a samaritana. Esta entendeu que a água que mataria a sua sede fosse a de um rio; Nicodemos entendeu nascer de novo entrando na ventre da mãe para nascer de novo. [Aqui se baseiam os espíritas na reencarnação erroneamente]. Ambos entenderam que Jesus estava falando com eles coisas daqui de baixo, isto é, daqui da terra e não a do alto, isto é, do céu. Assim, também, muitos se apegam à palavra de Deus com os olhos voltados para cá em baixo e não entendem o que é do alto, isto é, o Projeto de Deus e o seu plano de salvação ensinado por Jesus. Aqui, Jesus se mostra que é pelo batismo que terá a vida eterna pela ressurreição. “Não terá dois senhores: ou Deus ou o dinheiro”. Hoje no mundo competitivo o dinheiro, para a maioria, é o seu senhor. É o maior ídolo e não imagem de santos. [cultura artística e pedagógica]. Por causa desse ídolo matam, assaltam, corrompem, escravizam, e são falsos profetas que em nome de Jesus enganam o povo. São verdadeiros lobos famintos em pele de ovelha. E Jesus nos adverte: “Pelos frutos conhecerão que não são os meus discípulos, as minhas ovelhas”. No mundo há mais trevas de que a luz. Precisa que haja bons operários, pois a messe é grande e os verdadeiros operários são poucos. Segundo as pesquisas, hoje, a Igreja Católica só existe 67% de católicos, no Brasil. E somente 7% são de fato católicos praticantes. Os demais não vivem como cristãos, mas como tradicionalistas sem convicção nenhum de que é realmente ser católico ou cristão. São Paulo, em suas epístolas, chama os praticantes cristãos de santos, isto é, os batizados em Jesus Cristo.

A comunhão é o pão descido do céu que alimenta a alma espiritual a vivificar para o alto, e não a carne, isto é, o homem biológico ou cura patológica. O pão da palavra alimenta o homem total para a conversão, para a ressurreição. Foi exatamente a aparição de Jesus após a ressurreição aos discípulos de Emaús, que fê-los entender que Jesus é o pão que tira da cegueira espiritual. [Emaús era uma pequena aldeia]. Para entender a doutrina de Jesus é preciso sair desse mundo. Odiar esse mundo e se entregar ao outro mundo em outra dimensão que Jesus afirmou para a samaritana: “Mulher, acredita-me, vem a hora em que não adorareis o Pai, nem neste monte nem em Jerusalém.” ...” mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja”.[Jo 4, 21; 4, 23-]. E já chegou: Jesus Cristo, o pão descido dos céus. Não é mais o maná, mas o próprio Jesus que é o novo maná eucarístico. Será que os católicos sabem o que é “celebração eucarística? Sabem quem é o celebrante?

Quando lemos nos Atos dos Apóstolos percebemos uma polêmica entre os diáconos, liderados por Estêvão, e os apóstolos, estes com os demais discípulos frequentavam assiduamente o Templo e as sinagogas, mas Estêvão e os seus seguidores da ala elenista, não. [Elenista era os judeus que moravam na Grécia]. Foi essa a causa de Estêvão ser morto apedrejado pelos judeus, pois ele fez um discurso fortíssimo e duro contra o Templo. [Veja Atos 7, 1-53]. Somente depois, que os romanos com seu exército invadiram Jerusalém e destruíram o Templo, as sinagogas e juntamente acabaram com o clero e seu poder; escribas, fariseus e saduceus tudo virou sangue a jorrar em toda Jerusalém, é que os apóstolos compreenderam o porquê Estevão pregava contra o Templo. Aí se cumpriu o que Jesus tinha predito: “Vedes todos estes edifícios? Em verdade vos declaro: Não ficará aqui pedra sobre pedra; tudo será destruído”. [Mt 24, 1-2]. [Esse episódio se deu nos anos setenta]. Somente depois da destruição de Jerusalém e tudo que se dizia sagrado é que os apóstolos aderiram o que Estêvão já havia dito e deu a sua própria vida por entender que cada um é o templo que Deus habita e não mais construções feitas pelas mãos dos homens. Vejamos o que escreveu São Paulo apóstolo aos coríntios: “Não sabeis que vós sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” [1Cor 3, 16]. Após o batismo somos templo de Deus e o Espírito Santo habita em nós para que cada um de nós seja o carisma dele, do Espírito Santo. [Um só batismo].

Um dos atos que mais intrigou aos sacerdotes, os religiosos para a condenação a Jesus, foi a ressurreição de Lázaro. [ressuscitamento e não ressurreição].

Explicaremos os nomes das Marias que aparecem nos relatos dos evangelhos. Quem é Maria Madalena? É a irmã de Lázaro? Os evangelhos nos fornecem poucos dados. [Lc 8, 2], diz-nos que, entre as mulheres que seguiam Jesus e o assistiam com seus bens, estava Maria Madalena. [originária de Migdal Nunayah, tariquea em grego, uma pequena povoação junto ao Lago da Galileia, a 5,5km ao norte de Tiberíades. Jesus tinha expulsado sete demônios dela. [Mc 16, 9]. Foi Maria Madalena que foi ao sepulcro embalsamar o corpo de Jesus e esteve com ele, o ressuscitado. A Igreja Latina, a partir dos séculos VI e VII, houve a tendência de identificar Maria Madalena com a mulher pecadora que na casa de Simão, o leproso, ungiu os pés de Jesus com suas lágrimas. [Lc 7, 36-50]. Alguns padres harmonizando os evangelhos, já haviam identificados esta mulher pecadora com a Maria, irmã de Lázaro, que em Betânia ungiu com um perfume a cabeça de Jesus. [Jo 12, 1-11]. São Gregório generalizou-se a ideia de que as três mulheres [citadas nos evangelhos] era uma só pessoa. Os dados evangélicos sugerem que se deva identificar Maria Madalena com a Maria que ungiu a Jesus em Betânia, pois presumivelmente é a irmã de Lázaro. [Jo 12, 2-3]. A que lavou os pés de Jesus com lágrimas e enxugou com seus cabelos é a irmã de Lázaro ou seja, Maria Madalena. Como também, Maria Madalena não era prostituta e sim uma pecadora que possuía sete demônios. [Pecados mortais: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça]. Também Lázaro não é o mesmo da parábola do rico avarento contado por Lucas. O rico avarento e o pobre Lázaro. [alegoria]. Lázaro era irmão de Marta e Maria. Maria tinha a vida mais contemplativa amava ouvir os ensinamentos de Jesus do que Marta. Os três irmãos parecem que eram solteiros, pois o evangelho não diz que eram casados; apenas moravam juntos. Então, nesse ato de dá vida alguém que já havia sido morto e enterrado há quatro dias, somente quem está com Deus ou Deus poderá realizar um milagre desse. Quando avisaram a Jesus que Lázaro tinha morrido, Jesus estava em Jerusalém. Jerusalém fica distante de Batânia quarenta quilômetros. Vejamos o relato sobre a ressurreição de Lázaro: Perguntou: “Onde pusestes”? Responderam-lhe: “Senhor, vinde ver”. Jesus pôs-se a chorar.

Bem, agora iremos fazer uma exegese desta perícope. O choro de Jesus foi choro de raiva de ira contra a morte, destruidora do ser humano. Pois Deus não criou o ser humano para sofrer e morrer. [Jesus é o Novo Adão que irá destruir a morte que surgiu no Paraíso.]. Aqui, João afirma categoricamente que Jesus é divino, é Deus, pois somente Deus poderá dar a vida e aniquilar a morte. “Eu sou a ressurreição”. [o verbo está no presente]. Jesus afirma que é Deus, pois somente Deus poderá dar a vida quem já morreu há quatro dias. Jesus chorou com ira da morte [a ira contra o pecado é santa], porque sabia que iria destruí-la após a sua morte de cruz. [Desceu a mansão dos mortos, isto é, a sepultura]. Jesus realmente destruiu a morte nos dando a vida eterna pela sua ressurreição.

“Tomado, novamente de profunda emoção, Jesus foi ao sepulcro. Era uma gruta, coberta por uma pedra. Jesus ordenou: “Tirai a pedra”. Disse Marta, a irmã do morto: “Senhor, já cheira mal, pois há quatro dias que ele está aí”... [Cheira mal, isto é, não há mais solução. Está morto:]. Respondeu-lhe Jesus: “Não te disse eu: Se creres, verás a glória de Deus?” [Jesus vence a morte e mostra a todos a glória de Deus: a ressurreição]. Tiraram, pois, a pedra. Levantando Jesus os olhos ao alto, disse: “Pai, rendo-te graças, porque me ouviste. Eu bem sei que sempre me ouves, mas falo assim por causa do povo que está em roda, para que creiam que tu me enviaste. Depois destas palavras, exclamou em alta voz: “Lázaro, vem para fora!” [Saia da morte para a vida]. E o morto saiu, tendo os pés e as mãos ligados com faixas, e o rosto coberto por um sudário. Ordenou então Jesus: “Desligai-o e deixai-o ir.” [Jo 11, 38-44]. Jesus com apenas com três palavras deu a vida a Lázaro. “Lázaro, vem para fora”. [laconismo]. Com essas palavras Jesus deu a Lázaro a “Joé”, não somente a “Bio”, Bio em grego é vida biológica material, mas “Joé” em grego é vida total: alma espiritual que pertence à vida eterna e o corpo para a ressurreição. O que Jesus realmente operou vário milagres dando a Joé aos que ficaram são.

Lázaro voltando à vida normal não se pode crer que houve ressurreição, pois, esta não volta à vida biológica, ela caminha para frente, para a vida eterna pela ressurreição; caminha para frente para outra dimensão; uma alma espiritual com um corpo espiritual. Como entender corpo espiritual? É um corpo místico; misterioso. Jesus ressuscitou e é um grande mistério para todos nós querer saber com detalhe a sua ressurreição. Sabemos que ele ascendeu aos céus, mas, com que corpo foi? Não se têm respostas os exegetas. É entrar na mística e isso é impossível, pois nós só sabemos as coisas daqui desse mundo, mas do outro, só pela fé é que temos certeza da vida eterna e da ressurreição.

Quanto ao relato de os pés e as mãos serem desamarrados, significa livre da morte, pois, os judeus não tinham o costume de amarrar os pés e as mãos do defunto. Digamos que Lázaro não foi atado para o sepulcro. Temos de entender esse desamarrar fazendo exegese. É um relato para dizer que Jesus é o Senhor da vida e não da morte. É o Senhor que desamarra quem está submisso à morte eterna; ele desamarra para nascer de novo para o alto, isto é, para a vida eterna. Pela sua ressurreição ele destruiu a morte e nos deu vida eterna.

Peço-lhe que imprima.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 16/07/2013
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