Vazio eterno, completo

As pessoas sempre pecam no quesito:

Dar valor ao que se tem.

Nunca o ser humano vai poder negar essa especialidade.

Somos todos ricos por dentro

E esta riqueza nos impulsiona ao egoísmo.

Desejos, vontades, não há outra força motriz para a humanidade,

Cada vez que se depara com aquilo que passou anos desejando

Olha para o lado e perde-se o sabor,

já não é tão importante, já não é tão necessário.

Rompe-se barreiras, beiram abismos

Para notar que o objeto de desejo não é tão interessante

Mas talvez aquele que está do outro lado do abismo...

Em se tratando de pessoas...

Pegamos com as duas mãos e sabemos que as temos,

Mas idealizamos, criamos, criticamos... legamos

Quanta vida perdemos perdendo!

E vem outra premissa:

O homem não dá valor ao que tem, enquanto tem...

O ser perfeito, aquele perfeito de um minuto atrás, já perdeu sua perfeição

Quando a força motriz se insere e atua.

Deixemos então...

Lá adiante percebe-se que a flor deixada à beira do abismo

Tinha melhor perfume que a das profundezas,

E que outros já se deliciam de seu perfume

Enquanto procuramos... e procuramos...

Perde-se o poder da volta

E ainda que seja possível

Muito se perde no trajeto

Tanto para flor quanto para o homem

Voltando este já está desgastado, cansado e quem sabe ferido

Tendo ficado sozinha, a flor, temeu...

Amargou de solidão, mas buscou.

E em outros encontrou o toque de vida que precisava

Mas e o homem?

Este custa a encontrar o toque de vida de que precisa

Para ele há sempre há algo mais

A sempre um buraco a ser preenchido

Ah sempre um caminho a ser percorrido

Ah sempre um suspiro

Ah sempre uma falta...

Leila Barreto
Enviado por Leila Barreto em 16/03/2010
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