Seria Deus um deslumbramento?

Li hoje um texto de Antoni Bicguore, nesse recanto, intitulado "Deus e a primavera".

Cheguei à conclusão que Deus nasceu no coração humano, fruto de suas emoções, de seu medos, de sua insegurança, mas muito mais por tudo aquilo que podemos chamar de leitura visual do complexo chamado natureza que é realmente fantástico.

No entanto, em todos esses milhares de anos, as frases foram sendo construidas, as peças foram se encaixando e formando um conceito de bom e mau, de belo e feio e os nossos olhos foram estabelecendo critérios e foi por onde começou a surgir o que chamamos de preconceito.

Bicguoere em sua inocencia, exercitando o encantamento e a competencia que tem para transferencia de retóricas milenares, repete frases contraditórias, como dizer por exemplo : "É um entrelaçamento de cores, jamais visto pelo homem", quando se sabe que se movimento ciclico da natureza se repete todo ano, há milhões de décadas, ou mais, muito mais, e não é novidade alguma aos nossos olhos, que temos a pretensão de achar que somos os unicos seres vivos com essa aptidão.

Se ele diz: "que na primavera, Deus brinca de fazer poesia", eu pergunto:

E nas chuvas torrenciais do alto verão(?), Deus brinca de deslizar barrancos(?).

E no grande exercito de espiritos materializados (segundo concepções de Kardec)?, Deus exercita sua criatividade na arte de desintegrar corpos, fazendo-os apodrecer naturalmente com uma violencia divina chamada cancer(?). Ou exercita a mágica mórbida de fazer desaparece-los, quando inventou a maldita morte?

E enquanto as flores da primavera exercitam a sinfonia do desabrochar, misturando cores e odores, os animais ditos racionais e irracionais misturam o sangue de suas presas ao cheiro dos jardins do eden, maculando a idéia da perfeição e alterando o seu perfume com o cheiro da morte?.