RED

O dia para ser vermelho precisa apenas coincidir. Vibrante, intenso e marcante. Serve como divisor de mares, ou não. Serve para provar um morango ou sentir o aroma de uma cereja. Serve para pintar os lábios com um baton bem rouge. Serve para dançar um tango ou apenas perder-se em devaneio numa música qualquer.

Serve para viajar para Londres ou Milão. Serve para não ir a lugar nenhum e apenas ficar esperando alguma outra cor. Dias vermelhos não coincidem apenas pelo encarnado do tom, mas também pela sintonia.

Quem sabe haja a púrpura do sol que talvez se ponha dessa cor. Quem sabe haja um uísque com gelo no fim do dia, uma flor ou um murmúrio dessa mesma cor. Mas talvez haja somente um prenúncio de lua cheia, tão viva e tão intensa e que nada tem a ver com essa cor...

02.07.2012

Publicado na coletânea "A Pizza Literária - décima segunda fornada"

Rumo Editorial - São Paulo - 2012