NÃO OLHOU PRA MIM

É interessante como a vida caminha e junto com ela nossas relações. Hoje, quero falar sobre algo que para muitos pode soar como "mi mi mi" ou frescura.

Eu sou uma pessoa que adora abraçar e beijar a todos que conheço. Sempre tratando-os com muito respeito e muita luz.

Adoro sentir-me amada e adoro amar. Estou numa fase de equilíbrio entre querer muito amar e ser amada. Será que um dia isso será tão pontual em minha vida?

Hoje um fato está a me angustiar. Como já dito anteriormente, minha terapeuta frequenta a mesma faculdade que eu estudo. Sempre nos encontramos pelo corredor. Ela me cumprimenta, me abraça e me pergunta como estou. E, segue para seus estudos. Não temos intimidade.

Na sexta-feira fui à terapia e contei dentre muitas coisas, sobre o falecimento do meu avô. No final da conversa, que já foi muito boa, ela me deu um abraço tão confortador que valeu toda a terapia.

Em contrapartida, hoje, ela chegou à faculdade, passou pela minha sala e se quer me cumprimentou. Depois, fui conversar com um amigo perto do local que ela estava e ela me olhou mas não falou comigo. Muitos na faculdade me cumprimentaram pelo falecimento do meu avô. Minha terapeuta, não me perguntou como eu estava.

Eu precisava tanto das palavras dela. Precisava tanto de seu olhar . Aí pergunto: será que isso também faz parte do crescimento?

Pois, se ela não estudasse no mesmo local que eu, nos veríamos uma semana depois e só no consultório.

Estou pensativa. Muito pensativa. A morte do meu avô mexeu com meu equilíbrio físico e emocional. Estou me sentindo carente, sem energia e sem força. Mas, estou seguindo adiante. Meus amigos me ajudam a sorrir e tornam meu dia mais leve.

Sei também que minha terapeuta é tão humana quanto eu e que também tem seus percalços na vida. Ela devia ir direto para o céu por tirar a muitos do inferno mental.

Estou triste, mas sem desespero.

Aliada Solidão
Enviado por Aliada Solidão em 02/05/2016
Código do texto: T5623065
Classificação de conteúdo: seguro