Meu Grande Paradoxo

Eu não sei o que há

Eu juro que não.

Me olhei no espelho

Não me vi

Mas vi alguém

Era você, meu amor

Olhar triste, abatido

Por uma enorme dor

Que eu não pude distinguir.

Silêncio... nada disse,

Apenas olhos baixos,

Lábios contraídos.

Eu vi uma lágrima

Que lhe escorreu a face

Morrendo no cantinho dos lábios.

Por minha culpa?

Não, eu não sei o que há...

Quando está longe

O ar me sufoca,

A agua me afoga,

As pernas não vão

Os olhos não vêem.

Quando esta longe de mim

As palavras não fluem

A sede não passa,

As pessoas não interessam

O medo apressa

A dor oprime

Mas é paradoxal dizer que:

Quando está perto

O quero longe, fique distante

Calado, distraído.

Reclamo, choro e me calo.

Questiono, evito

Não ouço, não fale, não diga

Não me acuse,

Não se aproxime.

O amo, o quero, o desejo...

Eu não sei o que há, juro...

Quando esta perto de mim

Reclamo, falo, nego e impeço...

Mas se um dia me disseres adeus

Para sempre

Não reclamo, não choro, nem impesso,

Pois já fui consolada...

Pela morte.

Escrito em 01/02/2008

Leila Barreto
Enviado por Leila Barreto em 15/03/2008
Código do texto: T901512