Meu Grande Paradoxo
Eu não sei o que há
Eu juro que não.
Me olhei no espelho
Não me vi
Mas vi alguém
Era você, meu amor
Olhar triste, abatido
Por uma enorme dor
Que eu não pude distinguir.
Silêncio... nada disse,
Apenas olhos baixos,
Lábios contraídos.
Eu vi uma lágrima
Que lhe escorreu a face
Morrendo no cantinho dos lábios.
Por minha culpa?
Não, eu não sei o que há...
Quando está longe
O ar me sufoca,
A agua me afoga,
As pernas não vão
Os olhos não vêem.
Quando esta longe de mim
As palavras não fluem
A sede não passa,
As pessoas não interessam
O medo apressa
A dor oprime
Mas é paradoxal dizer que:
Quando está perto
O quero longe, fique distante
Calado, distraído.
Reclamo, choro e me calo.
Questiono, evito
Não ouço, não fale, não diga
Não me acuse,
Não se aproxime.
O amo, o quero, o desejo...
Eu não sei o que há, juro...
Quando esta perto de mim
Reclamo, falo, nego e impeço...
Mas se um dia me disseres adeus
Para sempre
Não reclamo, não choro, nem impesso,
Pois já fui consolada...
Pela morte.
Escrito em 01/02/2008