CANTIGA CAIPIRA MINEIRA
CANTIGA CAIPIRA MINEIRA
Minha terra tem parmêra
Ma u sabiá prefere
Cantá numa goiabêra
Cá tem morro, num tem má
E nóis prefere tomá
Bãe di rí i cachuêra
Num tem praia nem surfista
Top-móder nem artista
Mas, sô moço, eu vô contá
Cá tem passarim cantano
Tem violêro tocano
E as morena é naturá
Num tem cumida istrangêra
Tem côve, tutu, lombim
Torresmim e bagacêra
Um trem bão p'ra matutá
Um calango p'ra tocá
Lambari na frigidêra
Uai, sô moço
Eu num quero ôtra sina
Qui vivê em Leopoldina
Minha terra tão minêra
É Catedrá, é u morro du Cruzêro
É u Cristo, é Desengano
É Taboca, é Limuêro
Vila Mirarda, é u morro da Ventania
Da Pinguda, dus Puri,
É da Onça e da Cutia.
É u Gináso, morro du Arranca-tôco
Cimitéro, Bela Vista, São Cristóvo
E falei pôco.
Meia-laranja, Grupo Nôvo, Exposição
É Coréia, Agreste, Quinta
Boa Sorte e Macarrão
Puêra d'Água, Cruiz Quêmada, Bêra Rí
Fábrica e Cotegipe, é Rosário é São José
Mina de Ôro, é a Praça da Bandêra
É Treis Cruiz, é Simináro, é u Raiá du Sapé
Leopoldina, MG, janeiro de 1993.