Dores Minhas, Somente Nuas

Nada de amores sexuais, nunca mais.

Eu quero um alguém assim que seja só amor

Que se importe comigo e não um tanto faz

Que veja através dos meus olhos a minha seca dor

Que seja amigo no agora e no nunca mais.

Nada solidão acompanha por gozo e copos de vinho

E cobertores frios, ásperos feitos de linho

Sobre os corpos frigidos de uma relação morta

Que se estabelece calma entre eu você e a porta.

Nada de furor jovem a incensar a minha intrínseca

Mente leviana, poluída pelas cores de uma falso drama,

Que corre e se solta da pele como escama

Que na minha boca amarga seca.

Nada se ser assim tão insípido com essas juras

De amor tão pobre, sendo nisso um amante esnobe

E deixando de lado as azuis ternuras

Que do meu inútil coração escorre.

Nada mais desse vazio de se acostumar

Com as palavras meras que vem para afagar

A morte crua que a mim espera

Nessa penumbra morta desse tosco amar.

Santiago Belmont
Enviado por Santiago Belmont em 29/07/2008
Código do texto: T1103531
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