Amores? Não há!
Ando aqui a pensar tão frigidamente
Nesse meu magoar nesse meu ser decadente
Que reluz no escuro e trepidamente
engana o bobo que pensa que sei amar.
Vago distante da minha e da sua mente
Vago como olhar de menina carente
Que nas mágoas de um poema se afogou
que relutou em vão e procurou o amor.
Soberba doce que vem a me acompanhar
sopra em meu ouvido que tenho de me levantar
Que sou puro libido e que não existe amar
Nesse velho sou meu, utopia dizia Orfeu
Ao cantar sua doces canções em meu sonhar.
Loucura dissidente que me é tão boa amiga
Me diz agora nas vozes de suas intrigas
Que tenho de parar de sofre a míngua
E que tens me nojo desse meu imbecil entoar
Depedres meu corpo com sua verdades cruas
Que ferem esta face tão onisciente
De quem ainda se encantas com eternas juras
De um amor que a muito não está presente.