Eu
Eu sou Andrade Couto,
Sou um pequeno amante,
um louco apaixonado.
Sou capaz de morrer pela amada,
que nunca esconderá em mim, seu rosto rosado.
Nunca saberei o gosto do amor puro de uma donzela
Tenho impuro os meus lábios, meus pulmões, meu coração.
Amaldiçoado pelas virgens dos montes,
viverei minha curta vida a esperar por ela.
Seus cabelos cacheados me assombram o sono,
seus seios intocados povoam minha mente,
vagam em meu ineterior seu corpo, seu olhos, sua alma.
Ecoa em mim sua doce voz de menina.
Sou um triste homem, condenado a amar sozinho.
Sou Andrade Couto, um jovem
que não possui nada na vida.
Só tem seu peito, cheio de um amor sombrio,
sua escrivaninha onde pousa seus papéis e tem
sua pena com tinteiro,
para revelar ao mundo versos de amor
por aquela donzela.
Andrade Couto.