Violetas Também Morrem

Há uma arma apontada pra minha cabeça.

É minha própria consciência,

Que me arrasta e me afunda nesse poço.

Ontem, eu ainda era poeta.

Hoje, moribundo perdido no chão.

Sorria com um escárnio estampado,

Ria da minha própria sorte.

Enquanto na minha porta,

Batia a desgraça e a doença.

E o dono dessa dor aqui, estava sentado na esquina ao lado.

Feliz com sua nova companheira.

Infeliz mulher, que veio de longe.

E minha piscina, que ontem tinha ouro,

Hoje tem ratos em cada canto.

Meu corpo, antes livre,

Agora agüenta o peso das correntes de ferro.

O que poderei deixar para essa

Geração inconformada?

Só rabiscos sem sentido num

Papel qualquer, meio copo de whisky, um pacote de cigarros

Sob a luz fraca de um abajur.

Só quero tomar meu comprimido, deitar,

E desejar que essa m.

Acabe logo.

Thamires Heck
Enviado por Thamires Heck em 29/11/2010
Código do texto: T2643007
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