Violetas Também Morrem
Há uma arma apontada pra minha cabeça.
É minha própria consciência,
Que me arrasta e me afunda nesse poço.
Ontem, eu ainda era poeta.
Hoje, moribundo perdido no chão.
Sorria com um escárnio estampado,
Ria da minha própria sorte.
Enquanto na minha porta,
Batia a desgraça e a doença.
E o dono dessa dor aqui, estava sentado na esquina ao lado.
Feliz com sua nova companheira.
Infeliz mulher, que veio de longe.
E minha piscina, que ontem tinha ouro,
Hoje tem ratos em cada canto.
Meu corpo, antes livre,
Agora agüenta o peso das correntes de ferro.
O que poderei deixar para essa
Geração inconformada?
Só rabiscos sem sentido num
Papel qualquer, meio copo de whisky, um pacote de cigarros
Sob a luz fraca de um abajur.
Só quero tomar meu comprimido, deitar,
E desejar que essa m.
Acabe logo.