Doce Engano

Acordo com o som dos pássaros

louvando mais um amanhecer

E eu, com o som dos carros

com suas buzinas a me ensurdecer

Abro a janela e vejo o sol radiante

presenteando-me à pele, com seu calor

E eu, respiro o ar que evapora agonizante

pela poluição que gruda até mesmo no vapor

Pego o regador para molhar a plantação

que cresce verdinha e saudável

E eu, pego meu aparelho de última geração

o notebook,meu amigo inseparável

Vou correndo com a bicharada

apalpando-os com a mão

Vou correndo pela estrada

desviando-me da multidão

Ao longo do sia vou colhendo

frutas e verduras da plantação

E eu, vou comendo

as migalhas duras e secas do meu pão

Olho, paro, penso, fico em oblação

agraciando a magia da natureza

E eu corro, grito, mando pra reunião

mostrando toda minha eficiência e destreza

Almoço tranquilo e na rede me apago

caio feito fruta madura do pé

Eu me perco nas horas e acendo um cigarro

nervoso, escoro-me sobre um tripé

A noite vem chegando enluarada

fazendo-me companhia serenatista

E eu ainda aqui, preso à papelada

atuando como grande malabarista

Espero sereno o sono me acolher

para beijar a boca da minha amada

e eu espero o milagre do sono acontecer

para a insônia não me levar à madrugada

Quando o homem conseguir perceber

a vida em sua doce simplicidade

poder dizer que sabe viver

e que conhece a pura e verdadeira felicidade!

milizinha
Enviado por milizinha em 23/02/2007
Reeditado em 20/05/2011
Código do texto: T390536
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