Lembranças Amargas de Uma Infância Perdida.
De minha infância poucas coisas lembro,
Poucas coisas quis e mais poucas ainda, guardo.
Lembro talvez por infortúnio de como me sentia sozinho,
De como sozinho brincava, de como sozinho amava,
Amava a mim a minha inocência, minha ingenuidade,
Minha pobre carência e de como me enforcava com fios severidade.
De minha infância poucas quero lembrar,
Poucas coisas ainda quero e mais poucas ainda aguardo.
Quero lembrar talvez de como era fácil ser criança,
De como era fácil para mim imaginar que tudo não acontecia,
Que tudo era apenas fantasia e que aos poucos tudo, tudo isso acabaria.
De minha infância poucas, poucas coisas consegui,
poucas coisas pedi, para que fossem poucos os sonhos que perdi.
A única coisa pela que mas implorei foi amor verdadeiro,
Amor não passageiro, para que durasse talvez um milênio inteiro.
E a ti belo mago encontrei, a ti certamente esperarei, certamente ouvirei.
De minha infância pouca coisa lembrarei, pouca coisa ainda lerei,
Pois serão poucas as coisas que não apagarei.
Não apagarei teu rosto e nem teu nobre sorriso,
Nem o cheiro grosso de certos latidos e ganidos,
Latidos a rugir e ladrar pensamentos corrompidos,
Ganidos a fingir e matar os meus pobres sentidos.
De minha infância pouca coisa ainda espero
Pois pouca, muito pouca coisa a para esperar,
Muito pouca coisa há de ficar,
Porem a muito ainda para se acabar.