Lembranças Amargas de Uma Infância Perdida.

De minha infância poucas coisas lembro,

Poucas coisas quis e mais poucas ainda, guardo.

Lembro talvez por infortúnio de como me sentia sozinho,

De como sozinho brincava, de como sozinho amava,

Amava a mim a minha inocência, minha ingenuidade,

Minha pobre carência e de como me enforcava com fios severidade.

De minha infância poucas quero lembrar,

Poucas coisas ainda quero e mais poucas ainda aguardo.

Quero lembrar talvez de como era fácil ser criança,

De como era fácil para mim imaginar que tudo não acontecia,

Que tudo era apenas fantasia e que aos poucos tudo, tudo isso acabaria.

De minha infância poucas, poucas coisas consegui,

poucas coisas pedi, para que fossem poucos os sonhos que perdi.

A única coisa pela que mas implorei foi amor verdadeiro,

Amor não passageiro, para que durasse talvez um milênio inteiro.

E a ti belo mago encontrei, a ti certamente esperarei, certamente ouvirei.

De minha infância pouca coisa lembrarei, pouca coisa ainda lerei,

Pois serão poucas as coisas que não apagarei.

Não apagarei teu rosto e nem teu nobre sorriso,

Nem o cheiro grosso de certos latidos e ganidos,

Latidos a rugir e ladrar pensamentos corrompidos,

Ganidos a fingir e matar os meus pobres sentidos.

De minha infância pouca coisa ainda espero

Pois pouca, muito pouca coisa a para esperar,

Muito pouca coisa há de ficar,

Porem a muito ainda para se acabar.

Santiago Belmont
Enviado por Santiago Belmont em 27/10/2007
Código do texto: T712778