Numa estrada escura e amarga mirava-se um amante.

Atrás de um volante um homem solitário de chagas nas mãos,

Atrás de suas lagrimas sonhos abandonados mortos na contra-mão.

Ele ditava preces mudas ofuscadas por seu triste semblante

E as suas tristezas se abarrotavam confusas nas suas estantes

como mármore intacto, inativo mas, presente.

Por segundos conseguiu não lembrar de sua dor

Por infortúnio lembrou-se que em seu coração anda havia amor,

Sugando as ultimas forças de seu corpo trepido e amargo,

Concordou consigo, com seus pensamentos suicidas

e com a torção que se sucedeu após seu ultimo suspiro sofrido.

Um giro no volante,

Um freio arredio,

Arrependimento por um instante,

E lá se foi seu corpo, agora sujo e frio.

Santiago Belmont
Enviado por Santiago Belmont em 07/02/2008
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