Flor na Poeira
Perdida ao meio do livro uma flor ficara
Solitária a envelhecer nos anos que não contara
Ressecando sua beleza, tornando-se amarga
Pois amor ela não mais representava.
E o menino que um dia ali a pôs,
Queria eternizá-la nas suas paginas,
Paginas brancas como grãos de arroz,
Paginas mera nas quais chorava.
Tal menino certa vez se apaixonou,
E poemas a outro menino ele recitara,
E o menino que unicamente ele amou
Um cravo branco o entregara.
E este menino aqui querendo eternizá-la,
Pôs tal flor, já se esquecendo de sua solidão,
Entre as paginas de um livro que de ti me lembrava.
Mas, logo então fez-se de vidro meu coração
pois, toda minha vida a um menino eu entregava
E quando este foi-se, dizendo “ quão
Patético este tolo romance ficara”
Foi como se meu amor tivesse caído ao chão
Pois minhas emoções isso petrificara.
E perdida ao meio do livro uma flor ficara,
Solitária a envelhecer nos anos que não contara,
Ressecando sua beleza, tornando-se amarga,
Pois amor ela não mais representava.