Flor na Poeira

Perdida ao meio do livro uma flor ficara

Solitária a envelhecer nos anos que não contara

Ressecando sua beleza, tornando-se amarga

Pois amor ela não mais representava.

E o menino que um dia ali a pôs,

Queria eternizá-la nas suas paginas,

Paginas brancas como grãos de arroz,

Paginas mera nas quais chorava.

Tal menino certa vez se apaixonou,

E poemas a outro menino ele recitara,

E o menino que unicamente ele amou

Um cravo branco o entregara.

E este menino aqui querendo eternizá-la,

Pôs tal flor, já se esquecendo de sua solidão,

Entre as paginas de um livro que de ti me lembrava.

Mas, logo então fez-se de vidro meu coração

pois, toda minha vida a um menino eu entregava

E quando este foi-se, dizendo “ quão

Patético este tolo romance ficara”

Foi como se meu amor tivesse caído ao chão

Pois minhas emoções isso petrificara.

E perdida ao meio do livro uma flor ficara,

Solitária a envelhecer nos anos que não contara,

Ressecando sua beleza, tornando-se amarga,

Pois amor ela não mais representava.

Santiago Belmont
Enviado por Santiago Belmont em 11/02/2008
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