Sorriso Falso de um Falso Ser
Imponha um sorriso, cálido e ainda que não firme
Imponha-o na fronte de palavras mudas, de segredos,
Segure-o na frente de sua tristeza, real e tangível,
Se faça firme e com ombros postos enfrente a tudo.
Sele em si o seu arrependimento de dias de falsa gloria
De duas voltas e em um nó faça se perder as lembranças
De dois goles e em uma sede mate a sua esperança
Faça isso com um sorriso imposto, aquele cálido e não firme
Sepulte no vazio de seus olhos uma suposta alegria
Que introduziu-se como veneno viscoso em suas veias
Sepulte-o no chão cru, sem flores, nem velas e sem choro
Faça isso com aquele sorriso imposto, cálido e não firme
Chore escondido a ânsia amarga do se ter pra si
O lis falso de cor escura cremado em ternura achado em dor,
Coloque-o em sua própria fria lápide, d'onde nascera você
Faça isso com seu sorriso imposto, cálido, concreto e já firme