Sorriso Falso de um Falso Ser

Imponha um sorriso, cálido e ainda que não firme

Imponha-o na fronte de palavras mudas, de segredos,

Segure-o na frente de sua tristeza, real e tangível,

Se faça firme e com ombros postos enfrente a tudo.

Sele em si o seu arrependimento de dias de falsa gloria

De duas voltas e em um nó faça se perder as lembranças

De dois goles e em uma sede mate a sua esperança

Faça isso com um sorriso imposto, aquele cálido e não firme

Sepulte no vazio de seus olhos uma suposta alegria

Que introduziu-se como veneno viscoso em suas veias

Sepulte-o no chão cru, sem flores, nem velas e sem choro

Faça isso com aquele sorriso imposto, cálido e não firme

Chore escondido a ânsia amarga do se ter pra si

O lis falso de cor escura cremado em ternura achado em dor,

Coloque-o em sua própria fria lápide, d'onde nascera você

Faça isso com seu sorriso imposto, cálido, concreto e já firme

Santiago Belmont
Enviado por Santiago Belmont em 08/03/2008
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