Faz de conta

Novas palavras costuradas...

Bela colcha de nossos retalhos

Laços, entrelaços e bordados

É assim nosso destino pontilhado

Enquanto cirzo pequenos rabiscos

Apetece-me em sabor raro

Delicias degusto de ti, sem riscos

No deleite de tudo em puro faro

O menino espia do umbral embevecido

Espia provável medo que nem há de haver

Enquanto a menina a cantarolar, em novo tecido

Há de belo mosaico de cores entrever

Preocupar...só se for pela falta que faz

Quando escapa do meu baú precioso

Enquanto costuro palavras, a vida refaz

Tesouro supremo, pelo divino majestoso.

Os meus, são tantos sofríveis verbos

Me saem sem intensão de poesia

Transformam-se, mostram meu reverso

Nem sei se afino na orquestra do seu dia.

Fá, sol, Lá...sei lá como se faz...me dá um nó !!!

Vejo vazar por entre os dedos

Miragem, jogo talvez...queda-se ao pó

Entendo-te parte que expulsa velhos medos

Não sendo jogo de azar, que venham...

Ohhhhh, menino !!!

Povoar meus enredos, tirar do degredo

Em vias estelares, partilhar novos hinos

Não miro fantasmas, não faço segredos

Mesmo em longas estradas, estará lá o menino ?

Eny Miranda
Enviado por Eny Miranda em 15/07/2010
Código do texto: T2379709
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